Hoje o quadro irá entrevistar um treinador com longa experiência no futebol Asiático, o nome dele é Celso Nogueira Fernandes, está desde 1982 fora do Brasil, em 2010 tentou comandar uma equipe brasileira, mas não obteve sucesso no pequeno Nacional do Paraná, atualmente está no Al-Wacra do Qatar,treinador que tem história pra contar, e que atendeu gentilmente nosso pedido de entrevista.
Veja um pouco mais sobre Celso Nogueira Fernandes:
Nome: Celso Nogueira Fernandes
Nascimento: 13/04/1954
Lugar de Nascimento: Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade: Brasileiro
Experiência como Treinador:
Técnico
- Nacional de Rolandia (Senior Team) – Rolandia, Parana, Brazil (2010)
- Al Tawoon Sport Club (Senior Team) – Burayda,Saudi Arabia (2008/2009)
- Al Sailiya Sport Club (Senior Team) – Doha, Qatar (2003 until 2008)
- Al Wakrah Sports Club (Senior Team) – Wakrah, Qatar (1992 until 1994)
- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – Rio de Janeiro (1980 until 1982)
Assistante Técnico
- Qatar Football Federation (U23 Olympic National Team) – Doha, Qatar (2002)
- Qatar Football Association (Army National Team) – Doha, Qatar (2001)
- Al Arabi Sports Club (Senior Team) – Doha, Qatar (2000)
- Qatar Football Association (U19 National Team) – Doha, Qatar (1999)
- Qatar Football Association (Senior National Team) – Doha, Qatar (1998)
- Qatar Football Association (U17 National Team) – Doha, Qatar (1998)
- Al Wakrah Sports Club (U19 and Senior Team) – Wakrah, Qatar (1995 until 1997)
- Qatar Football Association (Senior National Team) – Doha, Qatar (1994)
- A.A. Ponte Preta (Senior Team) – Campinas, Sao Paulo, Brazil (1991)
- Gremio Portoalegrense (Time Júnior) – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil (1991)
- Qatar Football Association (Time Júnior) – Doha, Qatar (1986 until 1990)
- Army Royal Force Team [F.A.R.] – Rabat, Morocco (1985)
- Marrocos Royal Football Federation (Senior Team) – Rabat, Morocco (1982 until 1985)
Títulos como Treinador:
- Runner-up Federation Cup – Doha, Qatar 2008 - Al Sailiya Sports Club
- Qatar 2nd Division League and Cup Champion – 2007/2008 Season - Al Sailiya Sports Club
- Qatar 2nd Division League and Cup Champion – 2005/2006 Season - Al Sailiya Sports Club
- Qatar 2nd Division League and Cup Champion – 2003/2004 Season - Al Sailiya Sports Club
Títulos como Assistente Técnico
- Army World Cup – Cairo, Egypt (2001)
- Qatar 1st Division League Runner-up – 1999/2000
- FIFA U17 World Cup Quarter Finals – New Zealand (1999)
- Asian Football Association U17 Championship Runner-up – Qatar (1998)
- 13th Asian Games Participant – Bangkok, Thailand (1998)
- World Youth Games 3rd Place – Moscow, Russia (1998)
- Prince Cup Runner-up – Doha, Qatar (1995)
- Emir Cup U19 Champion – Doha, Qatar (1994)
- Emir Cup Runner-up – Doha, Qatar (1994)
- World Cup Qualifying Participant Asian Zone – Qatar (1994)
- Qatar Federation Cup Champion – Doha, Qatar (1993)
- Qatar Insurance Cup Runner-up – Doha, Qatar (1992)
- Copa do Brasil (Brazilian Cup) Runner-up – Brazil (1991)
- 10th Gulf Cup Runner-up – Kuwait (1990)
- King Cup Champion – Morocco (1985)
- Moroccan League Champion – Morocco (1985)
- World Cup Qualifying Participant African Zone – Morocco (1985)
- Games of the XXIII Olympiad (23rd Olympic Games) Participant – Los Angeles, USA (1984)
- Mediterrâneo Games Champion – Casablanca, Marrocos (1983)
Entrevista:
1-De onde veio o interesse em trabalhar no futebol?
A paixão sempre existiu, mas após entrar para a escola de Educação Física e abdicar a tentativa de jogar profissional, por razões financeiras, meu envolvimento com o esporte universitário foi muito forte, jogando futebol de campo e de salão, representando a Universidade, o que acabou me abrindo a possibilidade de jogar futebol de salão profissionalmente, pelas equipes do Rio de Janeiro. Quando parei de jogar, já era professor da UERJ-Instituto de Educação Física e Desportos, passei a dirigir a equipe de futebol.
2-Desde quando está no futebol?
A participação como jogador, nas categorias de base dos clubes do Rio de Janeiro, na tentativa de profissionalizar, porém a necessidade de um salário no final do mês, o que era impossível, para categorias de base de clubes pequenos e as dificuldades para conciliar horários escolares com treinamentos, levaram o período de entrada na faculdade como o primeiro contato com o futebol profissional. Passei a acompanhar o Profº Pavão, na época de treinador da equipe principal da A.A. Portuguesa-RJ, era estagiário, sem vínculo com o clube.
3-Como foi o trabalho de auxiliar-técnico no Grêmio e na Ponte Preta?
O trabalho no Grêmio, foi logo após o meu retorno do Qatar, em 1991, com a Guerra do Golfo, retornei ao Brasil e fui convidado por Dino Sani, com quem já havia trabalhado na Seleção principal do Qatar, para trabalhar no Grêmio, que não estava indo bem no Campeonato Brasileiro e iria iniciar a competição da Copa do Brasil. Conseguimos fazer uma campanha digna de Copa do Brasil, chegando até a final onde perdemos para o Criciúma,de Felipe Scolari. Quanto ao Campeonato Brasileiro não foi possível reverter a situação e acabamos perdendo para o Botafogo-RJ, o jogo decisivo que nos enviou para a segunda divisão. Não renovamos contrato e fui convidado por Renê Simões, para disputar o Campeonato Paulista, trabalhando na Ponte Preta, que tinha um planejamento longo para a formação de uma equipe forte, mas infelizmente, após alguns bons resultados, a filosofia sobre a formação da equipe mudou e passaram a acreditar que seria neste primeiro ano que já iríamos obter os resultados, Renê Simões acabou saindo no meio do Campeonato, eu ainda fiquei para dirigir mais um jogo, até a nova comissão assumir.
4-Algo de inusitado aconteceu na sua carreira?
Posso apresentar como um fato especial, durante a Olimpíada de Los Angeles, U.S.A., 1984, eu estava no banco para inicio do jogo contra o Brasil e a TV me pegou distraído cantarolando as músicas de insentivo a Seleção Brasileira em português...terrível...
5-Como recebeu a primeira proposta do Qatar e qual foi sua primeira impressão deste país?
Eu estava retornando do Marrocos, com a intenção de ficar dando aulas na Universidade, o mercado no Qatar estava sendo ocupado por diversas comissões brasileiras, foi quando Evair Machado e Danilo Alves que faziam parte do grupo de Evaristo de Macedo, na época treinador da seleção principal, me fizeram o convite. A adaptação foi difícil, pois haviam muitos brasileiros e o país muito pequeno, logo tudo muito perto e os costumes já havia conhecido, junto com minha família no Marrocos.
6-Você teve dificuldades logo no começo de seu trabalho no Qatar?
Mesmo mudando o idioma, francês do Marrocos, para inglês do Qatar, as dificuldades foram poucas, mas para meus dois filhos que foram obrigados a iniciar o processo escolar em inglês para ingressar na escola Americana, o que exigiu muito sacrifico.
7-O que te fez ficar no Qatar todo esse tempo?
Ficar muitos anos não foi planejado, eu pretendia passar um ano e retornar para a Universidade, no Rio, mas enquanto ainda estava em competição no primeiro ano, a Universidade exigiu meu retorno imediato, o que não foi possível, logo me desliguei definitivamente, e os resultados no Qatar foram satisfatórios e cada ano um novo contrato era assinado, sem perceber os anos foram passando.
8-Por que não deu certo na Seleção do Qatar?
Os trabalhos com as Seleções do Qatar, foram considerados bons, tanto que esses resultados foram me abrindo Mercado até o presente. O que precisamos considerar é que estávamos buscando situar o país no cenário da Ásia, onde Japão,Coréia, Irã,Iraque,China...já eram países de maior expressão e posteriormente, tentar uma apresentação para o mundo...hoje o mundo sabe do futebol do Qatar, mas a classificação para o Mundial, ainda não foi possível.
9-E como foi o trabalho nas Seleções de Base do Qatar?
Foram várias oportunidades e os resultados satisfatórios, o mais recente fomos a final da Ásia e participamos da Copa do Mundo sub-17, na Nova Zelândia.
10-Qual foi o melhor clube que trabalhou e por que?
Gostei muito do Grêmio,o ambiente, a participação no Brasileiro e na Copa do Brasil, coisa muito especial.
11-Me fale de suas passagens longas pelo Al-Wakrah e Al-Saiyilia?
Logo após terminar com a Ponte Preta, a Guerra do Golfo terminou e fui convidado para trabalhar no Warkah,seria o primeiro clube, pois antes eu havia trabalhado na seleção.Foi uma identificação grande, eu auxiliava o primeiro time e treinava os juniors, logo passei muito tempo no clube e pude colaborar nas mudanças, visando melhorar o clube.Saí para retornar a trabalhar pela seleção.Durante um período de repouso da seleção, por determinação da direção fui enviado para, junto ao Paulo Campos, estruturar o Saiylia Clube, que estava sob nova administração e na segunda divisão, conseguimos reverter os resultados, ganhamos os jogos necessários e subimos a equipe para a Liga profissional. Os anos seguintes foram para estabilizar a equipe no cenário nacional, mesmo caindo para a segunda divisão, nossa estrutura permitia, como foi na última vez, retornar sem perder um jogo para a elite.
12-Por que não teve oportunidades de trabalho no Brasil?
Por estar sempre renovando meu contrato no Qatar,acredito que a divulgação da mídia ficou muito reduzida e isso é um fator determinante.
13-Por que não deu certo no Nacional do Paraná?
Foi o primeiro trabalho retornando do Oriente, assumi com três dias de inicio do campeonato, a equipe foi sendo montada durante os jogos, alguns jogadores tinham transferência internacional e jogamos a terceira rodada e eles ainda não estavam legalizados para jogar, mas mesmo assim obtivemos resultados positivos e o público, grupo e a mídia demonstravam satisfação com os resultados, porém dificuldades administrativas e financeiras entre a empresa gestora do futebol e clube, impediram a continuação do projeto.
14-Como foi parar no Marrocos? E como foi o trabalho lá?
O Marrocos foi a primeira saída do Brasil, por um acordo com o Ministério do Esporte,Jayme Valente ex-treinador do Flamengo, meu ex-professor da Faculdade, foi convidado e me convidou para assisti-lo, foi um momento especial, ganhamos os jogos do Mediterrâneo e o Jayme teve de retornar ao Brasil, enquanto ele ficou fora respondi por todo o trabalho da equipe principal, até a chegada de José Farias, onde passei a assisti-lo e treinar a seleção de juniors, nos intervalos ainda fomos dirigir a equipe do F.A.R., força militar, no campeonato nacional, ganhamos o campeonato e a Copa do Rei, feito que nunca tinha ocorrido no clube.Com a seleção participando dos jogos Olímpicos e classificada para a Copa do Mundo, não poderia renovar o contrato, pois pretendia retornar a Universidade...acabei indo para o Qatar.
15-Por que saiu do Marrocos?
Pretendi seguir carreira na Universidade,mas não foi possível, assinei no Qatar.
16-Quem são as pessoas que trabalham há mais tempo com você?
Sempre estive fazendo parte de grupos diferentes, logo não firmei vínculo vinculo com ninguém, o grupo que levei para o Sailya ainda trabalham no clube, são muitos os amigos e muitos os profissionais que acredito estarão dispostos a formar uma comissão competente.
Boa noite eu li sua história vi que o senhor é um vencedor,um guerreiro.
ResponderExcluirgostaria de ser um vencedor como o senhor sou um jogador profissional e venho por esse comentário pedindo uma oportunidade de jogar e ser um vencedor.
Meu e-mail para contato : gil.justin@hotmail.com
Obrigado pela oportunidade, aguardo resposta o mais rápido possível.
Fica com Deus