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segunda-feira, 27 de junho de 2011

"De Cara a Cara"

Hoje o "De Cara a Cara" irá entrevistar um dos melhores técnicos, Zé Mário que tem passagens por Goiás, Figueirense, Mundo Arábe e Internacional, foi jogador também, inclusive jogou no Vasco, Flamengo e Fluminense e só não foi convocado para a Seleção porque se machucou.
Veja a Carreira de Zé Mário:
Apelido: Zé Mário


Nome: José Mário de Almeida Barros

Cidade: Rio de Janeiro - RJ

País: Brasil
Função: Treinador


Nascido: 01/02/1949

Carreira como Jogador:




Ano Time Título

1964 Magnatas F.S - RJ Participante Carioca de Futsal

1965 AA. Vila Izabel - RJ Campeão Carioca Juvenil Futsal

1965 Clube Vila Isabel - RJ Participante Campeonato Carioca de Futsal

1965 Fluminense FC - RJ Campeão Campeonato Carioca - Juvenil

1965 Magnatas F.S - RJ Participante Campeonato Carioca de Futsal

1966 Bonsucesso FC - RJ Participante Campeonato Carioca - Juvenil

1970 Bonsucesso FC - RJ Participante Campeonato Carioca

1971 CR Flamengo - RJ Participante Campeonato Carioca

1972 CR Flamengo - RJ Campeão Taça Guanabara

1972 CR Flamengo - RJ Campeão Torneio do Povo

1972 CR Flamengo - RJ Campeão Campeonato Carioca

1973 CR Flamengo - RJ Campeão Taça Guanabara

1974 CR Flamengo - RJ Campeão Campeonato Carioca

1975 Fluminense FC - RJ Campeão Campeonato Carioca

1975 Fluminense FC - RJ Campeão Taça Guanabara

1976 Vasco da Gama - RJ Campeão Taça Guanabara

1976 Vasco da Gama - RJ Vice-Campeão Campeonato Carioca

1977 Vasco da Gama - RJ Campeão Taça Guanabara

1977 Vasco da Gama - RJ Campeão Campeonato Carioca

1979 Vasco da Gama - RJ Vice-Campeão Campeonato Brasileiro

1980 Portuguesa de Desportos - SP Participante Campeonato Paulista

1980 Portuguesa de Desportos - SP Participante Campeonato Brasileiro

1981 Portuguesa de Desportos - SP Participante Campeonato Brasileiro

1981 Portuguesa de Desportos - SP Participante Campeonato Paulista

1982 Portuguesa de Desportos - SP Participante Campeonato Brasileiro

1982 Portuguesa de Desportos - SP Participante Campeonato Paulista


Trajetória Profissional -Técnico de Futebol




Ano Função Time

1982 Treinador Botafogo FR-RJ

1983 Treinador Botafogo FR-RJ

1983 Treinador Figueirense - SC

1984 Treinador Ceará SC - CE

1984 Treinador Ferroviário - CE

1985 Treinador Flamengo - PI

1985 Treinador Figueirense - SC

1986 Treinador Seleção de Jovens do Iraque

1987 Treinador Goiás EC - GO

1988 Treinador Al-Ain / Emirados

1989 Treinador Al-Ain / Emirados

1990 Treinador Al-Ain / Emirados

1991 Treinador Goiás EC - GO

1992 Treinador Al Arabi / QATAR

1992 Treinador América FC - RJ

1993 Treinador Al Arabi / QATAR

1993 Treinador Riyadh Club

1994 Treinador Riyadh Club

1995 Treinador Riyadh Club

1995 Treinador Seleção da Arábia Saudita

1996 Treinador Seleção da Arábia Saudita

1996 Treinador Riyadh Club

1997 Treinador Riyadh Club

1997 Treinador Al Saad Club / QATAR

1998 Treinador Kashima Antlers / JAP

1998 Treinador Seleção do QATAR

1999 Treinador Kashima Antlers / JAP

2000 Treinador SC Internacional

2001 Treinador SC Internacional

2001 Treinador Guarani - SP

2002 Treinador Guarani - SP

2003 Treinador Ettifaq Club da Arábia Saudita

2004 Treinador Shabab Club Arábia Saudita

2005 Treinador Figueirense F.C

2006 Treinador Al-Wasl Sports Club (UAE)

2007 Treinador Al-Wasl Sports Club (UAE)

2008 Treinador Al-Arabi (Qatar)

2009 Treinador Al-Ajman (Emirados Árabes - UAE)

Títulos




Ano Colocação Evento Time

1983 Vice-Campeão Campeonato Catarinense Figueirense - SC

1987 Campeão Campeonato Goiano Goiás EC - GO

1988 Campeão Copa da Federação Al-Ain / Emirados

1991 Campeão Campeonato Goiano Goiás EC - GO

1992 Campeão Copa do EMIR Al-Arabi / QATAR

1992 Campeão Copa da Federação Al-Arabi / QATAR

1993 Campeão Campeonato Nacional - Júnior Al-Arabi / QATAR

1993 Campeão Campeonato Nacional Al-Arabi / QATAR

1994 Campeão Copa do Príncipe Herdeiro Riyadh Club

1995 Vice-Campeão Campeonato Árabe Riyadh Club

1998 Campeão Campeonato Japonês Kashima Antlers - JAP

2001 Campeão Torneio Vinã del Mar (Chile) S.C. Internacional (RS)

2003

2004 Campeão King Fahed Cup (Arábia Saudita) SHABAB CLUB

2006

2007 Campeão Emirates President Cup Al-Wasl Sports Club

2006

2007 Campeão Campeonato Nacional Al-Wasl Sports Club

2008 Campeão Copa Jasen Al-Arabi (Qatar)



"De Cara a Cara"


1-Como foi a carreira de jogador de futebol? Você já defendeu a Seleção Brasileira?

Foi muito boa. Nada tenho a reclamar. Joguei em grandes e grandes times e com excelentes jogadores. Joguei sempre com amor ao futebol e respeitei sempre clubes e torcedores. Eu fui várias vezes campeão e tive a satisfação de jogar contra e a favor de grandes jogadores.

Não joguei na seleção e fui selecionado uma vez. O Zagallo ia me convocar, mas machuquei meu joelho e fiquei seis meses sem jogar e no entrei lá no final da fila e aí quando você pensa que vai chegar a sua vez você está mais velho e outros mais novos tomam o seu lugar. Ë a vida.

2-Quais times que jogou e com quantos anos parou de jogar?

Comecei no Infanto-Juvenil do Fluminense, o treinador era o Pinheiro, mas me atrapalhava muito o colégio e aí resolvi parar de jogar. Voltei pelo Bonsucesso, ainda no infanto-juvenil, porque eu só treinava aos sábados e os jogos eram no domingo. Profissionalizei-me no Bonsucesso e depois fui para o Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, São José dos Campos e finalmente a Portuguesa de Desportos.

Parei de jogar aos 32 anos depois de uma cirurgia de hérnia de disco e fiquei com medo de continuar. Já não tinha os quatro meniscos.

3-Qual foi seu melhor técnico no futebol e por quê?

Sempre aprendi muito com todos os técnicos que eu trabalhei. Mas um que me ajudou muito na minha formação foi o Major Murilo de Carvalho, já falecido. Ele me colocava no campo, me ensinava a olhar para um lado e jogar a bola para o outro. Ele me ensinou a ter uma visão periférica do campo. Antes de a bola chegar eu sabia a posição dos meus jogadores no campo. Isso foi muito importante para mim.

4-Me conte alguma coisa inusitada que aconteceu com você?

Quando cheguei ao Flamengo com o meu passe na mão eu fiquei 4 meses treinando sem receber salários. Um dia ao chegar para treinar recebi ordens do seu Bria para me apresentar ao Aristóbulo Mesquita, pois o meu nome não estava na lista de treinamento. O Flamengo fez uma limpa no grupo e ele falou que eu também tinha sido dispensado. Fui ao Aristóbulo e ele disse para eu descer e falar com o seu Bria que era para eu treinar. Voltei lá e seu Bria me devolveu a ele. Na terceira vez desisti e fui para casa. O meu caminho era o túnel Rebouças e passava-se por baixo do viaduto Paulo de Frontin que estava em construção. Eu morava no Méier. Ao chegar à casa a minha família estava chorando porque o viaduto tinha desabado e morreu muita gente que estava passando no momento. Era a hora que eu normalmente passava por debaixo dele e como não treinei saí mais cedo. No dia seguinte o Aristóbulo me telefonou e eu voltei a treinar. Meu nome estava na outra lista e o seu Bria não viu. Agradeço ao seu Bria pela minha vida.





5-Como começou a carreira de técnico?

Eu queria ser engenheiro eletrônico, mas como não casava com futebol profissional eu quando passei a me dedicar ao futebol logo pensei em ser treinador quando parasse. Anotava muitas coisas que o treinador falava, prestava muita atenção naquilo que era dito e, principalmente, no que acontecia dentro do campo. Toda a minha vida voltou-se a ser treinador e Graças a DEUS estou muito satisfeito em poder ajudar muitos iniciantes. Eu não sou apenas treinador. Sou pai, irmão, professor, educador, mas também sei ser padrasto. Eu respeito, mas gosto muito de ser respeitado.

6-Como foi a passagem pelo Iraque? E como é o futebol de lá?

Passei apenas três meses. Fui contratado para disputar a Copa do Golfo em Bahrein com a equipe sub-23 porque a equipe principal estava se preparando para a copa do mundo. O Iraque juntamente com o Iran tem os melhores jogadores daquela área. Vale ressaltar que o Iran não é considerado árabe e sim persa.

Tive muitos problemas com o Udei, presidente da federação, mas isso já passou e ele já foi para outro plano, Vamos deixá-lo em paz.

7-Qual foi o melhor time que treinou e por quê?

Treinei grandes times. No Guarani eu consegui juntamente com o Neto de coordenador fazer um time de jovens de talento e bons meninos, misturado com Edu Dracena que era ainda jovem, Sangaletti e Caio. Foi uma pena que quando eu saí desfizeram tudo e os garotos ficaram pelo caminho.

No Internacional de Porto Alegre foi uma experiência maravilhosa tudo funcionou muito bem. Desde estrutura até os jogadores também muito jovens e feitos em casa. Tínhamos pouquíssimos jogadores de fora.

Goiás foi outro grande time com Uidemar, Tiaozinho, Niltinho, Formiga, Carlos Magno, Fagundes, etc.

Khashima Antlers eu tinha no time o Jorginho da seleção brasileira, o Bismark do Vasco e o Mazinho que jogou pelo Bragantino. Foi pra lá de bom.

Al-Wasl dos Emirados Árabes foi o mais amoroso comigo. Eles me amam e eu os amo. A torcida, os jogadores e os dirigentes. Não tenho palavras para comensurar o meu prazer de ter trabalhado lá.

8-Qual foi o título mais emocionante que conquistou como treinador?

Os dois títulos pelo Al-Wasl. A Copa do Presidente eles não ganhavam há quase 20 anos e o campeonato há dez anos. Fomos campeões das duas competições e foi muito gratificante para mim.

9-Como foi sua passagem pelo Al-Ain e como foi a vida no Mundo Árabe?

Foi o meu primeiro clube que eu tinha que dar instruções em inglês. Foi muito difícil. Aprendi, como sempre, muita coisa boa. Um dia o Sheik chegou perto de mim e disse que mesmo que ele ou qualquer outro chegasse perto de mim e mandasse escalar qualquer jogador ou jogasse de maneira assim ou assado ele me responsabilizaria pela derrota mesmo sabendo que eu fiz o que ele ou outro sheik tinha falado e, portanto eu escutasse e fizesse o que eu queria. Outra coisa que ele me falou era que ele não gostava de ganhar e nem perder de 1x0. Ele preferia ganhar de dois pra cima ou perder de 4x3, 5x4 e assim por diante. Nunca mais me esqueci disso e sigo a risca a primeira observação dele. A segunda nem sempre. Ahahaha.

10-Zé Mário por que boa parte da sua carreira foi no Oriente Médio?

Eu fui para lá e gostei. A minha família foi e se acostumou por lá. Segurança, pagamento em dia, reconhecimento e respeito.

Por aqui você nunca sabe se vai receber, apesar de ter recebido todos os meus direitos em todos os clubes que treinei por aqui, mas sempre é muita tensão.

O futebol aqui é muito difícil para eu entender. Você entra no meio de uma confusão e perde três e cai. Ganha cinco ou seis seguidas muito bom, mas se perde duas balança e na outra cai.

Futebol é conjunto. Como um time pode engrenar se a cada três meses mudo todos os jogadores e até treinadores. Os clubes que mantêm os seus treinadores são sempre os que chegam. Antigamente ser demitido era muito chato. Agora não. O treinador sai de um clube e dois dias depois está num outro. A demissão não é por deficiência do treinador e sim dos dirigentes.

Observando isso tudo eu sempre penso em trabalhar lá fora. O Wanderley Luxemburgo uma vez,no Bem Amigos falou que eu era um treinador do mesmo nível dele e do Felipão. Eu agradeci a ele um ano depois que foi quando eu soube. Estava trabalhando lá fora. Agora eu estou disposto s trabalhar por aqui. Ficar mais com a família e com os amigos. Vamos ver se arranjo alguma coisa.

11-Me fale de seu trabalho na seleção da Arábia Saudita e por que saiu dessa seleção?

Se me pagassem todo o dinheiro do mundo eu não voltava para a seleção da Arábia. É muita confusão. Eles só querem ganhar e é muito príncipe para dar palpite. Foi muito difícil, mas como sempre se aprende alguma coisa de bom. Saí porque perdemos a Copa do Golfo.

12-Por que ficou pouco tempo na Seleção do Qatar?

Eu estava preparando a seleção do Qatar para a Copa do Golfo que seria disputada em Oman e o Zico me ligou me chamando para o Khashima. Minha primeira resposta foi dizer que era impossível, pois eu tinha começado o trabalho na seleção e que eu não podia abandonar. Ele estava com dificuldades porque o técnico do Kashima tinha se desligado do clube e ele estava na seleção do Brasil na Copa da França. Aí ele me diz eu estou precisando de um amigo e esse é você. Falei ok e larguei o Qatar. Pedí vários amigos que tinham brigado para me colocar na seleção e até por salários. É a vida. Entre eles e um amigo como o Zico eu vou ser sempre Zico. Por isso fiquei pouco tempo lá.





13-Como foi o trabalho no Kashima Antlers?

Já descrevi acima quando falei dos times. Trabalhar no Japão foi muito compensador. Aprendi o que é educação, amor, carinho, civilidade e a cumprir regras pré-estabelecidas.

O clube é maravilhoso, os jogadores eram maravilhosos e tudo sob a tutela do Zico.

Bestial como dizem os portugueses.

14-Qual foi o melhor jogador que treinou e qual foi o melhor país que trabalhou?

Melhor país: Japão e Emirados.

Melhor jogadores: Jorginho, Bismark, Mazinho, Sangaletti, Uidemar (Goiás), Fabiano (Inter-RS), Abel (hoje técnico), Marco Antonio (lat. Flu), Khaled Darwish (Al-Wasl), Luvanor (Goias). Esses são os que me lembro no momento.

15-Fale de sua passagem pelo Internacional?

Foi uma divisão de águas na minha vida de treinador. Aprendi muito com o Fernando Mirando, com o Medina e com o Élio Carravetta. Era um treinador que gostava de fazer de tudo e não delegava poderes. Aprendi que no futebol atual cada setor tem que ter uma pessoa especialista para resolver o problema. A palavra final será sempre do treinador. Isso jamais poderá ser diferente. Ele é o comandante.

16-Por que saiu do Al-Wasl?

Achava que os dois anos eram o suficiente. Depois me arrependi porque o amor que eles me ofereceram eu não correspondi em continuar. No meio do campeonato eu fiz questão que todos soubessem que eu não ficaria para a próxima temporada. Foi um grande erro meu. Alguns da diretoria ficaram tristes e aí eu mantive a minha besteira e não quis ficar. Amo o Al-Wasl clube e seus simpatizantes. Vou mandar um vídeo em anexo para você ver o amor que eles tem por mim.

17-Desde quando está sem time e você já recebeu alguma proposta? De qual time?

Desde novembro de 2009 que estou no Rio sem trabalhar. Em dezembro tive um convite para voltar para lá e não quis. Tinha chegado bem recente e queria ficar um pouco com a família.

Esse ano eu tive duas propostas para times pequenos da Arábia Saudita e não aceitei. Estou a espera!!!











18-Você encerrou a carreira de técnico?

É claro que não. Tenho algumas idéias aqui comigo, mas ainda não deve ser para agora. Tenho um projeto quase pronto para ser apresentado a algum clube daqui ou do mundo árabe para ser diretor técnico. É um diretor técnico, tático e físico somente de todas as categorias. É um projeto que eu acredito muito por ser a realidade do futebol. Não quero adiantar muita coisa, mas posso garantir que é muito viável e fácil de acreditar.

19-Você tem casa no Mundo Arábe?

É pequeno, mas tenho, mas caso eu volte a trabalhar no Brasil vou me desfazer. Aliás já até pedi para sondarem para mim como está o valor por lá.



20-Atualmente você está trabalhando em algum projeto?

Vide resposta 18

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