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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Muricy: pouco plantou, nada colheu, por isso caiu.

Nada se assemelha mais à atividade de ministro de estado, no que tange à estabilidade no cargo, do que à de treinador de futebol. Ambas são exercidas a partir da escolha pessoal de um chefe de poder executivo, conhecido como presidente, da República ou do Clube X. O técnico de futebol, assim como o ministro, precisa mostrar serviço e dizer a que veio já nos primeiros meses de seu engajamento na instituição que o acolheu, sob pena de cair em descrédito diante das multidões diretamente interessadas no produto de seu trabalho, deixando em 'maus lençóis` aquele que lhe confiou tão nobre e gratificante missão. Em consonância com essa linha de raciocínio, vale dizer que Muricy Ramalho foi demitido no Palmeiras não exclusivamente pela má jornada do clube no campeonato paulista que, por ser de natureza meramente regional, não constitui, a priori, sonho de consumo da torcida alvi-verde. A queda do treinador palmeirense começou a se desenhar efetivamente quando o clube do Palestra Itália deixou escapar a vaga para a Libertadores deste ano, no Brasileirão do ano passado, depois de o haver liderado ao longo de várias rodadadas. Se tivesse permanecido no G4, mantendo o pensamento voltado para o mais importante certame sul-americano de clubes, resultado algum do Paulistão, nem mesmo essa goleada vexatória diante do São Caetano, teria peso suficiente para nocautear esse que é considerado um dos maiores treinadores brasileiros da atualidade. Mesmo detentor desse invejável conceito, que lhe garante salário de quase meio milhão de reais no Palmeiras, vale lembrar que Muricy Ramalho já decepciou no comando de outros clubes, como aconteceu no São Paulo, no certame nacional de 2009, quando foi trocado por Ricardo Gomes, e no Internacional, onde se tornou alvo de vaias, em passado não distante, por não ter conseguido conduzir seus comandados do Beira-Rio à classificação para a Copa Libertadores, num jogo em que o clube colorado tinha tudo para chegar lá e acabou perdendo no detalhe, por erros táticos cometidos pelo técnico, segundo opinião generalizada da crônica esportiva gaúcha e de milhares de torcedores escarlates. Não faltará clube para o demitido Muricy treinar, é claro. Difícil para ele será manter, em sua futura agremiação, o invejável salário recebido no Palmeiras, posto que sai depreciado do Parque Antártica, onde pouco plantou e nada colheu. A menos que vá treinar no exterior, onde técnicos renomados recebem verdadeiras fortunas para treinar, não raro, autênticos 'times de botão'.

Por Lino Tavares, colunista do Site Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão
email do colunista: (jornalino@gmail.com)

Um comentário:

  1. Foi um erro demitir o muricy
    Pois foi erro da diretoria e nao dele
    ele pede os jogadores,adiretoria que negocia

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