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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Libertadores ‘torpedeia’ mais um ‘Gauchão’

Se os campeonatos regionais já são brutalmente depreciados na comparação com os outros certames de maior envergadura disputados anualmente, como a Copa do Brasil e o Campeonato brasileiro, imagine em que situação de penúria eles ficam, naqueles estados que possuem clubes disputando, paralelamente, a Libertadores da América. No Rio Grande do Sul, por exemplo, faz tempo que não se tem uma disputa do Gaúchão com os dois integrantes da dupla Gre-Nal colocando sua força máxima, na busca do "caneco" patrocinado pela Federação Gaúcha de Futebol. E isso acontece, porque ultimamente Grêmio e Internacional têm logrado alternadamente, com certa frequência, classificação para a Copa Libertadores, esse importante certame continental que absorve cerca de 99% do interesse dos clubes que o disputam, em relação às competições estaduais, que só foram `sonho de consumo` dos grandes clubes brasileiros até o início da década de 1970, quando, afora a antiga Taça Brasil, que tinha apenas um representante por estado, o único certame interestadual que havia no país era o famoso "Roberto Gomes Pedrosa", popularmente conhecido como Torneio Rio-São Paulo. Ratificando a tese, vale observar que, em plena reta final do Gauchão 2010, o Internacional, poupando-se para o jogo de estréia na Libertadores, contra o EMELEC, entrou em campo com um time reserva, para enfrentar a equipe do Novo Hamburgo, pelas semifinais do campeonato regional. Perdeu o jogo e a classificação, mas, mesmo que tivesse jogado e vencido a partida com sua equipe titular, não proporcionaria com isso motivo de alegria para sua torcida, suscitando-lhe, pelo contrário, um clima de preocupação com vistas ao compromisso pela Libertadores, em razão do desgaste que fatalmente sofreria no jogo. Afinal, se o Grêmio vier a ganhar o Gauchão não fará mais do que a obrigação, já que a 'nação colorada` tem consciência plena de que a facilidade encontrada pelo Internacional para vencer o campeonato gaúcho do ano passado deve-se, em grande parte, ao fato de o tradicional rival ter priorizado a disputa da Libertadores, exatamente com faz agora a equipe treinada por Jorge Fossati. A conclusão a que se chega, em função dessa análise comparativa, é a de que a Copa Libertadores da América representa atualmente para os certames regionais uma belonave de grande porte, torpedeando um pequeno barco e colocando-o à deriva nas primeiras batalhas da múltipla jornada futebolística anualmente disputada. Não foi à toa que o vice de futebol colorado, Fernando Carvalho, criticou o calendário do campeonato gaúcho, coincidente com o da Libertadores, em razão do qual corre risco iminente de ter seu nome eternizado na galeria do arqui-rival, já que o troféu do primeiro turno que o Grêmio deve ganhar do Novo Hamburgo (a decisão é no Olímpico) leva seu nome de batismo.


Por Lino Tavares
email do colunista: (jornalino@gmail.com)

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