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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A mudança no Palmeiras

Foi pífia a passagem de Muricy Ramalho pelo Palmeiras. O sonho do título brasileiro no ano passado virou o pesadelo de nem disputar a Libertadores, e sim a Copa do Brasil em 2010. Muricy deixou o Verdão com um gosto amargo. Todos esperavam mais dele. O alto investimento e a grande expectativa naufragaram. Ficou evidente que desde quando pisou pela primeira vez no Palestra Itália, o treinador não esteve a vontade. Não se sentiu em casa. O verde não lhe caiu bem. E as lembranças das três cores são-paulinas o perseguiram o tempo todo. Diante de tudo isso, melancolicamente Muricy deu lugar ao novato Antônio Carlos Zago após apenas seis meses de trabalho.Foi acertada a atitude da diretoria palmeirense de liberar Jorginho e trazer o ex-treinador do São Paulo. Dentro do grandioso projeto palestrino de conquistar o pais em 2009 apoiei a chegada de um comandante experiente. Por mais que eu tenha sérias ressalvas com relação ao trabalho de Muricy e veja Jorginho com muito potencial, a decisão foi acertada.
Mas apesar de não gostar de chavões tenho que recorrer a um: futebol não é ciência exata. Trazer o técnico mais badalado (não o melhor) do Brasil não fez a fila de dez anos de títulos importantes do Palmeiras terminar. Muricy não gosta, ou não sabe, motivar um elenco. Ele não teve forças para conquistar uma competição que para os dirigentes palestrinos já estava ganha.
Chegou 2010 e o treinador preferiu reclamar do elenco ao invés de treinar alternativas de jogo. O Verdão neste ano não era é time e sim um amontado de jogadores sem nenhum padrão. Muricy é um bom treinador. Mas ainda não é top de linha. É verdade que foi tricampeão brasileiro no São Paulo. Mas no Morumbi ele pegou uma fase de ouro. O clube já vinha de um título mundial. Antes de dirigir o Tricolor pela segunda vez, ele tinha no currículo apenas títulos estaduais.
Agora no Palmeiras, no momento de provar que tem luz própria, que possui forças para fazer uma sofrida torcida voltar a sorrir, Muricy fracassa. A aposta em Antônio Carlos é válida. Ele tem uma característica que o diferencia de Jorginho, por exemplo, e que pode ajudar a lenta diretoria palmeirense: a facilidade para contatar jogadores.
Em sua estreia, por exemplo, Zago fez apenas o básico. Colocou Wendell na direita, tirou os fracos Figueroa e Edinho da equipe, Diego Souza voltou a ser meia e Robert passou a ter um atacante de ofício ao seu lado. Fez o feijão com arroz. Funcionou. Muricy, o técnico que diz parodoxalmente que não faz propaganda própria, não soube fazer isso.

COLUNA MARCEL CAPRETZ DA SEMANA

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