Vamos a partir desta coluna iniciar a retrospectiva de 2011 dos grandes clubes de São Paulo. Começando pelo campeão brasileiro: o Sport Club Corinthians Paulista.
A temporada começou cheia de expectativa para o corintiano. Apesar da decepção no final de 2010, quando Ronaldo pouco pode ajudar e a equipe sucumbiu na reta decisiva do Brasileirão, havia a certeza de que 2011 seria diferente.
E o ano realmente começou diferente. Pela primeira vez na história, um clube brasileiro parou na Pré-Libertadores. O desconhecido e impiedoso Tolima, da Colômbia, fez abalar as estruturas do Parque São Jorge. Ronaldo não se conformou com os protestos da apaixonada torcida alvinegra e encerrou a carreira. Pela primeira vez, o Fenômeno havia sentido que ao mesmo tempo em que a Fiel ama, ela também odeia. Era muito sofrimento ter perdido o Brasileirão de 2010 e ser eliminado por um time inexpressivo na Libertadores. Roberto Carlos também não aguentou e sumiu para a Rússia. Jucilei seguiu o mesmo caminho. Elias e Willian já tinham saído no início da temporada. Bruno Cezar forçava uma negociação. Ou seja, o cenário era o pior possível.
O técnico Tite era muito cobrado. Boa parte da diretoria e da torcida queriam sua demissão. Mas o presidente Andrés Sanchez, em uma atitude quase solitária, manteve o treinador.
O trabalho de remontagem do time não foi fácil. A auto-estima e o orgulho corintiano estavam lá embaixo. Apesar de tudo, o time chegou a final do Paulistão. Mas, tinha pela frente o inspirado Santos. Pelas circunstâncias, o vice-campeonato já estava de bom tamanho.
O Campeonato Brasileiro começou e logo a desconfiança passou a dar lugar a esperança. O Coringão teve um início arrasador e de quebra humilhou o São Paulo, em uma goleada histórica. Tite passava a dar padrão a um time que tinha Danilo e Willian como sustentações ofensivas.
Só que nada é fácil para o Timão. É impossível manter o alto aproveitamento em um campeonato longo, com 38 rodadas. E veio a queda de rendimento. Com ela, novamente as críticas e a pressão. O capitão Chicão já não se mostrava tão rápido e eficiente como antes. E ele, após se recusar a ficar no banco de reservas, foi afastado sumariamente por Tite.
A partir daí, os jogadores se fecharam. Viram que ninguém jogaria só pelo nome, pela história. Adriano Imperador, recuperado de contusão, de vez em quando aparecia no banco de reservas.
A equipe deu mais uma arrancada. O futebol não era dos mais vistosos. Mas era vencedor. Emerson Sheik foi decisivo. Liedson jogava mesmo machucado. Leandro Castan e Paulo André eram uma muralha no setor defensivo. O Corinthians conquistava pela quinta vez o Brasil. A história não mente: nunca duvide de um gigante. Por mais ferido que ela possa parecer.
COLUNA MARCEL CAPRETZ
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