A retrospectiva do Santos começa de trás para frente. O Mundial de Clubes passou de sonho para pesadelo em questão de minutos. Até sair o primeiro gol do Barcelona. Enfrentar os espanhóis não seria fácil. Desde junho todos na Vila Belmiro sabiam disso. Não me surpreendi com o envolvente futebol do Barça. Não é novidade que Messi joga sem posição fixa, que Xavi e Iniesta tocam rapidamente a bola e que Daniel Alves atua, muitas vezes, como um ponta.
O que me surpreendeu foi a postura covarde da equipe santista. Só faltou pedir autógrafo para os catalães. Muricy Ramalho com seu boné enterrado na cabeça estava passivo, sem reação. Durval deve estar dormindo até agora. Henrique foi um peso morto. Elano parecia um juvenil. Paulo Henrique Ganso e Neymar mostraram que ainda precisam amadurecer muito.
O vice-campeonato mundial ofusca, mas não apaga o brilho do ano santista. A temporada começou muito animadora com a chegada de Adílson Batista. Acreditava-se que seu estilo combinaria com o DNA ofensivo do clube. Mas a ansiedade e a insegurança do treinador fizeram com que ele não durasse muito tempo. Prejudicado pelas ausências das principais estrelas, Adílson deu lugar ao interino Marcelo Martelotte ainda no início da temporada. Assim como em 2010, após a queda de Dorival Júnior, Marcelo assumiu para tapar o buraco.
O sonho de todos na Vila Belmiro era Muricy Ramalho, que estava em pé de guerra com a diretoria do Fluminense.
A saída de Muricy do Rio coincidiu com as retas decisivas do Paulistão e da Libertadores. A diretoria do Peixe fez um grande esforço e conseguiu trazer o treinador mais importante da última década do futebol brasileiro. E ele foi fundamental para a conquista dos dois títulos. Muricy levou a confiança que os jovens jogadores santistas necessitavam.
Neymar amadureceu demais em 2011. De jogador problema, que derruba treinador, virou um case de marketing e gestão de carreira. A diretoria do Peixe deu um grande exemplo ao mundo do futebol ao conseguir segurar o seu melhor jogador.
Fica um gostinho de quero mais para o ano que vem. Um gostinho de que 2011 foi bom, mas com um pouco mais de ousadia e alegria no momento derradeiro poderia ter sido ainda melhor.
COLUNA MARCEL CAPRETZ
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