Translate

terça-feira, 7 de setembro de 2010

"De Cara a Cara"



Olá seguidores do blog, hoje o "De Cara a Cara" vai ser com o técnico Julio César Leal.




Nome:Julio César Leal Júnior


Nascimento: 13 de Abril de 1951


Cidade: Itajubá(MG)


Clubes que Treinou: Flamengo(juvenil) (1976-1978), Flamengo(juniores) (1979-1982), Vasco da Gama (juniores) (1982-1983), Vasco(1983), Seleção Emirados Àrabes(1985-1987), Brasil-sub20(1991-1993), Brasil-sub20(1995), Bahia(1995), Bragantino (1995),América-SP (1996),Guarani (1997), Fluminense(1998), América-SP (1998),América-RN (1998), Sport (1999), Coritiba (1999-2002), Remo (2003-2004), Kazma Sport Club-KUW(2004), Flamengo(2005), Yokohama-JAP(2007), Moroka Shallows-AFR(2008-2009), Amazulu-AFR.






"De Cara a Cara"


1-Julio por quê não foi jogador de futebol?


R: Meu avô materno,Badu foi jogador de futebol e árbitro, e me influenciou para esse esporte maravilhoso.


Joguei futebol desde criança com a finalidade de me tornar jogador também, iniciando pelo futsal e depois no campo.Joguei vários anos pelo Esporte Clube Cocóta, da Ilha do Governador e que disputava o Campeonato Autonômo da Federação Carioca, até ser convidado para jogar no infanto-juvenil do Olaria Atlético Clube, que disputava o Campeonato Carioca Profissional.


Cheguei a me tornar campeão carioca infanto-juvenil em 1967 pelo Olaria, chegando ao juvenil (atual junior) e jogando até 1969, principalmente como goleiro(apesar 1,71 metros apenas), mas atuando também na linha, em diversas posições, mormente atacante, "a semelhança que ocorreu com Jorge Campos no México". Entretando, em 1970, ano que passaria ao profissional, que treinava só pela manhã, entrei para a Ecolda de Educação Fisíca e Desportos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cujas as aulas eram também no período matinal, tendo feito, então a opção pelos estudos para me tornar Treinador Profissional de Futebol, pois apésar de jovem já dirigia as Divisões de Base, do Clube da Ilha onde comecei, voltando a jogar amadorísticamente pelo Cocotá até 1975, quando já estava como assistente técnico do Olaria Atlético Clube.


Fui jogador de futebol, Campeão Carioca de Futebol Autonômo em 1969 e vice em 1970(ano da Copa do México), mas jamais assinei um contrato de jogador profissional.








2-Como conseguiu ser técnico de Futebol?


R:Na época em que jogava no Esporte Clube Cocotá, na Categoria Juvenil (hoje Júnior), antes de ir ao Olaria, já dirigia as Escolinhas,o infantil e o infanto-juvenil daquele clube, pois morava muito perto e era frequentador assíduo, sendo muito querido, e sendo reconhecido como um líder e com visão de jogo.


Em 1970 entrei para a Escola de Educação Fisíca, primeiro me tornando Professor de Educação Fisíca, em 1972, e depois tendo tirado o diploma de Treinado de Futebol( na época, Técnico Desportivo de Futebol). Mas a época já exercia amodorísticamente a função de técnico, tendo me sagrado Campeão Infanto-Juvenil em 1973, jogando contra os clubes grandes, como Flamengo, Fluminense e outros, e escolhido o Melhor Treinador de todo o Departamento Autonômo da Federação Carioca de Futebol.


Em 1972 o Olaria, onde atuara como jogador amador,convidou-me para estagiar na equipe profissional, o que fiz, sendo em 1973 efetivado como Preparador Fisíco e Assistente Técnico, lá trabalhando até 1975, quando o clube de Regatas Flamengo convidou-me para assinar o primeiro como Treinador de Futebol para dirigir, o infanto-juvenil (hoje Juvenil)-1976-1978(Campeão), depois o Juvenil (hoje em dia Júnior)-1979 Campeão, 1980 (Campeão), 1981 (Vice), 1982 quando sai para o clube de Regatas Vasco da Gama-Júnior (Campeão).


Meu primeiro time Profissional como Treinador foi C.R. Vasco da Gama em 1983, no segundo turno do Campeonato Carioca, e depois foi o Emirates Club, depois Ras Al Khaimah, nos Emirados Àrabes Unidos, e o último, o Moroka Shallows F.C. de Johannesburg, na Àfrica do Sul.








3-Qual foi o primeiro time que você treinou?E o que achou da sua primeira experiência como técnico ?


R: O primeiro time que treinei foi as Categorias de Base do Esporte Clube Cocotá, como exposto anteriormente.


O primeiro time profissional foi Vasco da Gama em 1983, em substituição ao Zanata, que saiu ao fim no primeiro turno, depois o Emirates Club.


Agradeço a meus pais a liberdade de escolha da profissão, quando Professor de Educação Fisíca e Treinador de Futebol ainda não tinha bom reconhecimento, pois o exercício dessas funções permitiu-me viajar por todo o Mundo(estive nos 4 continentes e tenho uns 50 Carimbos de Países Visitadas, e principalmente feito amigos em todos os lugares por onde passei, bem maior da nossa existência, agora, mais rica após conhecer você,Ulisses jovem de talento e amante do futebol também).


Além de ter mantido minha família , a esposa Sônia, e os filhos Júlio Neto( também Professor de Educação Fisíca e técnico de Basquete) e Vitor Leal(Web Designer).


Costumo dizer que fora essas conquistas acima, poder considerar-me amigo do Zico bastaria.


Feliz existência tive até aqui, assim continue.






4-Qual foi seu primeiro título como técnco?


R:Ainda como Treinador Amador, foi com a equipe Infanto-Juvenil do E.C Cocotá.


Como treinador Profissional, das Categorias de Base em 1978, no Clube de Regatas Flamengo, e como Treinador Principal foi nos Emirados Àrabes Unidos, em 1985, e no Brasil, com o Clube do Remo em 1993.








5-Como foi ter treinado as seleções de base do Brasil?


R: Quando saí do Vasco da Gama em 1983, fui dirigir pela primeira vez nas Seleções Nacionais (Infantil,Juvenil e Juniores) em 1984.


Um trabalho gratificante, pois pode- se dar oportunidade aos ovens que no futuro vestirão o Manto Sagrado da Seleção Principal.Por exemplo o Silas, hoje treinador do Flamengo, era meu capitão na Seleção Júnior de 1984. Em 1985, já sob o comando de Gilson Nunes, foi Bi-Campeão Mundial e escolhido o Melhor jogador daquele Mundial.


Saí no fim de 1984 para trabalhar no Mundo Àrabe, onde fiquei por 6 anos e meio, primeiro como treinador do Emirates Club(por três anos), e depois como treinador das Categorias de Base e auxiliar do Parreira em (87 e 88) e do Zagallo em (89 e 90), na Seleção Principal dos Emirados.


Quando voltei ao Brasil, em 1991, assumi a Seleção Brasileira pela segunda vez, primeiro na Categoria Juvenil(1991) e depois nos juniores em (92e 93) quando o Brasil sagrou-se Tricampeão Mundial na Austrália, time de onde despontou o golero Dida.


Sempre compreendi a importância de trabalhar os jogadores das Categorias de Base(que antigamente se chamavam Categorias Inferiores) com o objetivo de preparador, formar o jogador para a categoria principal, seja no Clube ou na Seleção, sendo a conquista de títulos, o coroamento de um bom trabalho, de uma boa geração, nunca o objetivo principal.


Bom ver anos depois de haver garimpado um jovem talento 'as vezes jogando em clubes de pequenos investimentos ou no interior, galgarem a equipe principal, tornarem-se idolos, e como consequência ajudando nas conquistas de tíulos, aqui sim,o principal objetivo.










6-Como foi sua experiência no Mundo Àrabe? E você gostou de lá?


R: Trabalhei 6 anos e meio nos Emirados Àrabes Unidos de 1974 a 1981, sendo ainda muito jovem , mas ainda minha mulher Sônia.


Mas os princípios de educação que me ensinaram meus pais Julio e Jaira, assim como os que recebi nas escolas por onde passei, sobretudo o Colégio Pedro II, ensinaram-me a respeitar os direitos de outros, sendo assim, respeitado também.Foi uma experiência enriquecedora, viver num mundo de hábitos milenares, tão diferentemente dos nossos, mas extremamente positiva, de grande importância para meu futuro.Depois trabalhei em 1993, ainda trabalhei 1 ao no Kazma Club do Kuwait, reforçando todas aquelas experiências, e tendo ainda melhor a visão detudo, uma vez já mais maduro.


Importante ressaltar que a época de vida nos EAU, houve longo período de guerra entre Irã e Iraque, na mesma Região do Golfo Pérsico, e depois a invasão dos Países do Golfo pelo Iraque de Sadam Hussein.Mas o futebol, e a vida, continuam, sempre na forma de busca da paz definitiva, que poderio econômico e diplomacia não conseguem resolver.


Gostei muito da experiência, e hoje vejo quanto se desenvolveram aqueles países, sobretudo pela organização, pela disciplina e pelo comando dos Governos, sejam Sheiks,Emires, ou Sultões, mas voltados para o desenvolvimento e bem estar do povo.








7-O que achou de ter treinado a Seleção dos Emirados Àrabes?


R: Fui treinador das Seleções da Base dos Emirados, por 3 anos e meio, quando inclusive o País com apenas tinha apenas 800 mil habitantes, conseguiu sua primeira taça (Kas Awal), o Torneio do Golfo, em 1987 na Categoria Júnior.Na categoria principal, o treinador era Carlos Alberto Parreira, e fomos Vice-Campeões em 1989, quando ele saiu pra Àrabia Saudita e eu permaneci, indo Zagallo para seu lugar, e pela primeira e única vez, num trabalho de continuidade excepcional classificando aquele País de poucos habitantes para a Copa de 90, batendo China,Japão, Irã.Iraque e outras potências asiáticas.


Sai depois de 6 anos e meio, pois não concordamos com a demissão dos amigos e idolos Zagallo e Chirol, depois da classificação para a Copa de 90, antes da realização da mesma.No mesmo dia em que anunciaram a demissão de ambos, dei a carta que não continuaria, não queria ter o contrato renovado quando se encerrasse em Junho.13 de Janeiro de 1990, aniversário de casamento do Zagallo e de Dona Jaira, minha mãe querida.






8-Por quê não deu certo no Flamengo?


R:O Flamengo estava em uma crise financeira e técnica, e achava que a solução era colocar os salários num patamar adequado, e renovar o time.Fui convidado para ser coordenador técnico, para fazer a aproximação e integração das Categorias de Base com a principal, entretanto os limites financceiros inviabilizaram a contratação de um treinador de nome, e convidaram-me então, para ser o treinador.


Demos inicío a tarefa ainda com a equipe Principal de Férias, organizando as Categorias de Base, tendo ido assistir a treinamentos e a Copa São Paulo e na Taça Rio, reformulando as comissões técnicas e os elencos, promovendo jogadores que apresentava melhor desempenho.


Iniciamos trabalho com a equipe principal, renovando-a, trazendo jogadores dentro das possibilidades financeiras, e projetando os patamares a serem galgados, no curto, médio e longo prazo, tínhamos dificuldade para realizar treinos pois a Gávea estava em reforma, e o Ninho do Urubu, ainda fora de condições de uso.Iniciamos o campeonato Carioca com uma derrota contundente, melhoramos, mas não o suficiente para agradar a exigiente e a fabulosa torcida do mengão, que não quer saber de projetos, mas de vitórias e títulos.Resultando em minha demissão.Naquele ano, depois de anos de jejum, os juniores conquistaram título, e chegaram depois ao tricampeonato.






9-Como foi a experiência de trabalho no Japão?


R:Trabalhei no Japão apenas 1 turno do campeonato, o segundo, tentando salvar o Yokohama FC do rebaixamento, o que não consegui, após tê-lo conseguido na temporada anterior, em circunstâncias semelhante ao Amazulu FC, de Durban na Àfrica do Sul.Mas a última rodada já rebaixados, vencemos o poderoso Reds, onde jogava o Washinton, que liderava o campeonato, dando o título ao Kashima, do técnico brasileiro e amigo Oswaldo de Oliveira que estava a 2 pontos do líder, e venceu seu jogo, iniciando sua caminhada a tricampeonato.


Tinha, num clube pequeno investimento, as melhores condições de trabalho que já tive em minha carreira, e posso imaginar como são as estruturas dos de maior investimento.Os profissionais de CT são perfeccionistas, e os jogadores mais disciplinados com quem se possa trabalhar.Creia que em 6 meses jamais houve um atrazo sequer, muito menos falta.


O Japão é lindo, funciona como uma máquina de precisão, um relógio suiço, o nível de educação das pessoas é impressionante, e cheio de vida, cultura, e coisas a conhecer... o vulcão Fidji por exemplo, imponente.As cidades são extremamente organizadas e limpas, até estacionamento de guardas-chuvas encontrei...


Foi pouco tempo, muito trabalho, lugar a visitar, quando possível, com a família,recmendar aos amigos e trabalhar de novo, interia temporada se for possível.










10-O que achou de ter trabalado na Àfrica do Sul?


R:Foi uma boa experiência, primeiro dirigindo um curso para 40 treinadores locais em Durban, pela Academia Brasileira de Futebol (onde trabalho desde 1979), depois dirigindo o Amazulu e evitando seu rebaixamento,depois voltando ao Japão, o Moroka Shallows, onde conquistamos uma Copa,a NedBank Cup, e ficando com 1 e segundos e terceiros lugares nas outras copas.Mas um desentendimento com o C&O levou 'a minha dimissão no inicío do segundo mês de contrato.Ainda estou lutando com eles na Justiça em nome da Justiça, num longo processo de 14 meses de batalha.A decisão final é dia 9 de Setembro.Deus me abençoe!A gente é ótima, adoram brasileiro e seu futebol, a Copa foi muito bonita e bem organizada, mas o futebol ainda é fraco, em desenvolvimento, e os clubes, comparando com o Japão, por exemplo, ainda estão muito abaixo em termos de estrutura, mas o futuro pode ser brilhante.












11-Qual a diferença do Futebol Africano para o Futebol Brasileiro?


R: Há muitas semelhanças entre os jogadores, que gostam de lídar com a bola, de exibir-se, e 'as habilidades, mas técnica e taticamente as diferenças são enormes, pois não dão valor' as categorias de base, e as competições ainda são primárias.Com a estrutura e sucesso da Copa de 2010, haverão de melhorar, e saindo da posição que estavam, 90 no ranking da FIFA, agora após a Copa,66, chegar aos TOP 20.








12-Por quê saiu do Moroka Shallows?


R: Como exposto anteriormente, por não aceitar uma tentativa de nterferência no C&O do Clube, Leon Priz coisa que jamais tivera nos quase 40 anos de profissão, no Brasil ou em outros países.Como forra, quando se encerrou o primeiro ano, com a conquista da NedBank Cup demitiu-me pagando apenas 1 mês de salário, ensejeando que entrasse na Justiça Esportiva contra o clube.Aliás, o Dono do Clube, Bilionário Alemão, também influiu para botar um treinador alemão em meu lugar, perto da Copa do Mundo.


Há três meses atrás, veio a falecer, pensando que escaparia da minha luta, mas ela continua na Federação e vai continuar quando eu chegar ao inferno, onde ele já está.








13-Atualmente você tem proposta de algum time? E a proposta é de times de fora ou do Brasil?


R:Tenho agentes procurando clubes e oportunidades no Japão e na Àfrica, mas ainda nada de concreto, vamos ver se ainda Setembro, consigo um porto para ancorar meu barquinho e dar sequência a Profissão.








14-Alguém da sua familia além de você trabalha com o futebol/


R: Meu irmão, Jairo Leal, é treinador de futebol, estando na Seleção da Àfrica do Sul, para onde foi com o Parreira, permaneceu com o Joel e na volta de Parreira.Foi convidado e assinou por mais 4 anos para auxiliar Pits Mozimane, o treinador local apontado para substituir Parreira, depois de ser seu assistente local, na Copa do Mundo.


Jairo formou-se Professor de Educação Fisíca 1ano depois de mim, e na mesma turma de treinadres em 1974.


Trabalhou no Bonsucesso,Olaria, Flamengo, CSA, e em muitos outros clubes, no Brasil e no exterior.Era meu assistente na Copa do Mundo de juniores em 1993, e depois engranou como assistente do Parreira, e depois engranou como assistente do Parreira, trabalhando com ele pelo mundo afora nos últimos 15 anos.


È um profundo conhecedor do futebol mundial, capaz de assistir a um jogo e a gravação de vt em mais de 10 vezes, anotando tudo nos minímos detalhes.E sintetizando ao treinador ou a os jogadores de forma compreensível.Completa qualquer tipo de treinador com que trabalha, e por não ter o objetivo de ser treinador principal( já dirigiu o Corinthians na saída de Parreira), dando ao treinador principal a cnfiança da lealdade.










OBS: Julio Leal agradeço por conceder-me a entrevista via email, e um abraço para você e para toda sua família.


















6 comentários:

  1. Muito legal a entrevista. Bela iniciativa. Futuro repórter! rs

    ResponderExcluir
  2. parabéns, ulisses, vc tem um futuro brilhante, meu futuro assessor de imprensa, abraços.

    ResponderExcluir
  3. Amigo entrei por acaso nesta entrevista....mas fiquei muito feliz e satisfeito, em primeiro lugar por que o Julio Cesar (pra mim Badu) sou quase um irmão é uma pessoa maravilhosa. Sua entrevista foi brilhante.

    ResponderExcluir
  4. Estou honrado com o convite que me fez para a entrevista, e feliz pela postagem!
    Muito obrigado, Ulisses, e parabéns!
    Estudar-estudar-estudar, trabalhar-trabalhar-trabalhar!!!!
    Esse que comentou acima, Jorge Luiz, é o Bolão (não por ser gordão, ao contrário, mas por jogar um bolão, hoje, jogaria fácil no teu time de coração, o Palmeiras, carinhosamente chamado de Porcão).
    Abraço, Ulisses,
    Beijo Mano Bolão!

    ResponderExcluir
  5. Gostaria de poder entrar em contato com o Julio, pois ele foi meu primeiro treinador no espote clube cocota.

    ResponderExcluir
  6. Ricardo mande um email para mim que conversaremos:ulisses.verde@hotmail.com

    ResponderExcluir