Atualmente Carbone está sem trabalhar no futebol desde 2010,onde o último clube dele foi o Al-Merreikh do Sudão,infelizmente não sei como os clubes no Brasil não contratam mais o Carbone,pois é um técnico completamente experiente e conhecedor do futebol,tanto ele como Cabralzinho e Zé Mário mereciam mais chances no Brasil,é uma injustiça isso!!!.
Atualmente Carbone mora em Campinas.
Nascimento:22 de março de 1946-São Paulo
Mora Atualmente:Campinas-SP
Email:karba_46@hotmail.com
Clubes como jogador:
São Paulo(1963-1965 e 1967-1968),Ponte
Preta(1966),Metropol-SC(1968),Internacional(1969-1973),Botafogo(1973-1979),Grêmio(1974),Nacional-SP(1980-1982).
Títulos:Campeão Gaúcho(1969,1970,1971,1972,1973-pelo
Internacional.
Clubes como Técnico de Futebol:
Goytacaz-Rj(1983),Fluminense(1983-1984,1987 e
1997-1998),Ponte Preta(1984-1985),Botafogo(1985-1986),Palmeiras(1986-1987),Guarani(1988,1996,2000-2001,2007),Al-Saad-QAT(1988,1989),Internacional(1989),Bahia(1990),Cruzeiro(1900-1991),Criciúma(1991),União
São João(1991-1992),Sharjah-EAU(1993-1995,1998-1999),Ituano(1993),Sporting
Cristal-PERU(1996-1997),Juventus-SP(1997),Remo(1999-2000),Paraná(2001-2002),Remo(2002),Botafogo-SP(2002-2003),União
Rondonópolis-MT(2003),Joinville(2003),Blooming-Bolivia(2004-2005),Sertãozinho(2005-2007),Ararat
Club- Irã(2006),Ponte Preta(2008-mas
trabalhou como gerente de futebol remunerado)Atlético de
Sorocaba(2009),Al-Merreikh-Sudão(2009-2010)
Títulos como Técnico de Futebol:
Fluminense:Carioca(1983),Kirin(1987).
Sharjah-UAE
League-(1993),President Cup(1995).
Sporting Cristal-Peruano(1996).
Remo-Paraense(1999).
“De Cara a Cara”
1-Seu tio Rodolfo Carbone te incentivou
muito para gostar de futebol?
A família o admirava muito,e eu também claro,mas tivemos
pouco contato, eu e que decidi que seria um jogador de futebol.O meu pai me
incentivou muito, ele era muito bom jogador mas não se tornou profissional.
2-Carbone,como foi sua carreira de jogador
de futebol?
Eu fui criado na Vila Formosa S.P. e comecei aos treze anos
no infantil do Flor da Vila Formosa.Meu pai era conselheiro do C.A. Juventos e
aos 16 anos me levou para um teste.Fiquei uns 4 meses mas acharam que eu era
Ponta Direita.Não deu certo.No Corinthians eu não queria fazer teste, porque
não teria certeza se eu era bom ou porque meu tio jogou la.Ai um juiz de
futebol,Waldemar Antonio de Oliveira, me convidou para um teste no São Paulo.E
no inicio de 1963 comecei a jogar no Juvenil do São Paulo, conquistando o
titulo paulista da categoria.Um ano e pouco depois, o técnico Jose Poy, passou
a treinar os profissionais e me deu a chance de subir.Um jogo que marcou na
minha memória foi contra o Santos no Morumbi e com a incumbência de marcar
Pele.Perdemos por 3x2, ele não marcou nenhum e eu fiz o segundo gol do São Paulo.Em
1966 o Poy foi convidado para treinar a Ponte Preta de Campinas e eu vim
emprestado pelo São Paulo junto com Adenir,zagueiro,e Walter Zumzum Ponta
Direita.Foi uma boa experiência,mas como tinha muito craque no meio campo fui
jogar de Lat.Direito.Voltando ao São Paulo, sofri uma seria lesão nos ligamentos do joelho,e
fiquei quase um ano parado.Em 1968 fui emprestado novamente.Metropol de Criciúma,Fui
muito bem,graças a Deus,eliminamos o Grêmio de P.Alegre na taça Brasil e foi ai
que houve o Interesse do Internacional em me contratar.
3-Por que ficou pouco tempo no São Paulo?
Eu fiquei no São Paulo de 1963 a 1969, acho que foi um bom
tempo.O problema foi que na década de 60 o São Paulo estava mais preocupado em
terminar as obras do Morumbi,o time ficou em segundo plano,e os jogadores da
base tinham mais dificuldades em se firmar.
4-Como foi a carreira de jogador no
Internacional?
Bem, no Inter minha carreira realmente começou.Fui Penta
Campeão Gaucho,eleito por duas temporadas o melhor jogador do Rio Grande do Sul
e a Primeira convocação para a Seleção Brasileira.Sem esquecer,que Deus o tenha,do
técnico Daltro Menezes a quem eu devo muito o meu sucesso no Inter.
5-Para você foi uma tristeza ter ficado na
lista dos pré-selecionados e no fim não ter ido para a Copa do Mundo de 1974?
Eu fiquei na lista dos pré- selecionados em 1970.Em 1974 fui
convocado na primeira chamada.Joguei a maioria dos amistosos,o Clodoaldo estava
lesionado,mas os adversários nos amistosos eram times fracos, jogavam sempre se
defendendo, e o meu forte, a minha melhor qualidade, era o desarme, a
marcação.Claro que nestes jogos eu não
aparecia muito.Isso tudo fui eu que deduzi.Nos dois primeiros meses de trabalho
éramos 22 jogadores, um ambiente sensacional, mas quando convocaram mais três
jogadores e iriam acontecer três cortes, o ambiente mudou totalmente.Fui
comunicado do corte uma semana antes de embarcar,sem nenhuma satisfação por
parte do Zagalo.Ele disse, “Você sabe que teremos que fazer três cortes e você
e um deles, obrigado”.Foi o pior dia da minha vida como jogador de futebol.
6-Como foi seu inicio de carreira como
técnico de futebol?
Bem, eu não pensava em ser treinador de futebol,com 33 anos
ainda no Botafogo,passei no vestibular para comunicação,queria ser jornalista,
comentarista de futebol.Depois de 1 ano na faculdade recebi o passe livre do
Botafogo e voltei com a família pra São Paulo.Tentei fazer a transferência em varias
faculdades e não foi possível.Encerrei a carreira no Nacional A.C. (Segunda
Divisão)e em 1982 assumi os juniores.Resolvi ser treinador do meu jeito, tudo
que os treinadores que eu tive fizeram comigo e eu não gostei,não vou fazer
para os meus jogadores.Fui campeão paulista da segunda divisão de juniores, e
quando chegou a Taça São Paulo de Juniores fui demitido por não inscrever o
filho do bicheiro Ivo Noal, que estava ajudando o clube na época.Um dos
treinadores que eu tive no Nacional,Vicente Arenari estava no Goytacaz de
Campos, subiu o time para a primeira divisão do Rio de Janeiro, acertou um
contrato mais vantajoso no Mato Grosso e me indicou para o seu lugar no
Goitacaz.Foi o meu primeiro clube profissional.Ficamos em quarto lugar na Taça
Guanabara,o Fluminense foi o campeão com o Claudio Garcia,o Flamengo o
contratou para o segundo turno e o Fluminense me contratou para o seu lugar.Fui
campeão carioca no meu primeiro ano de trabalho.Ai lembrei da ultima conversa
com Ivo Noal depois que fui demitido no NacinalA.C. “Você não vai ser ninguém
como treinador, você não tem jogo de cintura”.Eu respondi que concordava com
ele, se for preciso isso, eu mudo de ramo.
7-Você sentiu muita dificuldade para ser
técnico?È formado em técnico de futebol ou Educação Física?
Não! Nunca fiz curso de técnico e nem Educação Física, mas
não senti dificuldade nenhuma.Eu fui mudando aos poucos,no inicio estava sempre
junto dos jogadores e sempre procurei ser muito sincero,e queria
reciprocidade,se algum jogador esta insatisfeito me procure e fale o que esta
sentindo, eu tenho que ter argumentos pra dizer a ele porque não esta jogando.
8-Como foi parar no Fluminense?
Essa já respondi na numero seis.
9-Por que saiu do Fluminense quando estava
prestes a ganhar o Campeonato Brasileiro de 1983?
-Corrigindo.Em 1983 fomos campeões carioca.Em 1984, em
janeiro mudou toda a diretoria, eu antes de sair de ferias com a diretoria
anterior, pedi a contratação de um lateral direito, e a minha preferência era o
Edson Abobrão,quando voltei das ferias com a nova diretoria eles tinham
contratado o Getulio, com 98 kilos.Os problemas com a nova diretoria começaram
ai! Contrataram o Romerito,paraguaio que estava nos estados unidos sem me
consultarem.E chegou um momento que não deu mais pra suportar.Eles achavam que
tinha o poder de interferir na escalação do time,não tinham nenhuma experiência
com futebol.Eu nunca quis mandar no clube,mas no time quem manda sou eu.Mas os
jogadores ofereceram o titulo pra mim, ganhei ate a faixa de campeão,dada pelo
Roupeiro Ximbica, ja falecido que Deus o tenha.Ai fui contratado pela Ponte
Preta, onde fiquei 1 ano e 4 meses como treinador.
10-Como foi o trabalho no Palmeiras?
O Palmeiras foi ótimo para a minha carreira, foi o clube que
mais respeitou o meu trabalho.O afastamento do Leão, do Eder,problemas com o
Mirandinha, todo mundo acha que fui demitido depois da perda do titulo pra
Inter, mas fui para o campeonato brasileiro,renovei o contratado no fim do ano
e ainda disputei o paulista de 1987.
11-Me fale do fracasso contra a Inter de
Limeira em 1986?O que faltou para o verdão sair vencedor?
Não considerei um fracasso,em futebol acontece muito isso.A
Inter tinha um belo time,eliminou o Santos e nos eliminamos o Corinthians.Eu só
lamento que o Wagner Bacharel não pode jogar a segunda partida.
12-Existia problemas no elenco do
Palmeiras?
-Problemas normais,administraveis, como em todo clube.
13-Como foi parar no Al-Saad e como foi o
trabalho lá?
Eu estava no Guarani, 1988, disputando o Campeonato Paulista
e com um time excelente.O Ziza, ponta esquerda que jogou no Guarani,Atlético
Mineiro, estava no Al Saad como preparador físico.(Esta la ate hoje) me ligou
fazendo o convite.Marcamos um jantar em campinas e acertamos os detalhes.Teria
que ir pra lá em agosto.Meu contrato com o Guarani era ate dezembro, conversei
com o Beto Zini sobre a proposta, e como não havia nenhuma multa contratual ele
concordou.Fomos para a final do campeonato com o Corinthians e infelizmente
sofremos aquele gol do Viola na prorrogação.Em agosto embarquei para o Qatar.
14-Você sentiu muita dificuldade em sua
primeira passagem como técnico fora do país?Me conte era a vida no Catar nesse
ano e como era o futebol?
Sim, muita dificuldade.Primeira dificuldade a língua.O meu
inglês era básico,a maioria dos árabes falam inglês,mas pra fazer uma preleção
só com a ajuda do Ziza, que também servia de interprete.Cheguei num momento que
a seleção do pais estava disputando amistosos se preparando para as eliminatórias
da copa.Oito jogadores do Al Saad faziam parte da Seleção,os demais não vinham
treinar.Eu fiquei uns dois meses dando treino pra quatro ou cinco
jogadores.Outra dificuldade e decorar os nomes dos jogadores.Nos tínhamos um
iraniano, muito habilidoso e quando perguntei ao Ziza o nome dele, ele disse
que era Caxambu.Eu sempre chamei ele
assim, disse o Ziza.Ai eu disse que não era possível um Iraniano ter um nome
desse.Pedi ao atleta para escrever seu nome, e ele escreveu Gassem Poor.Mas o
time era muito bom.
15-Como foi o trabalho nos Emirados Árabes
Unidos?Gostou de lá?
Gostei muito.Trabalhei no Sharjah SC,que leva o nome do
Emirado.São 7 emirados, cada um com suas leis,Sharjah fica a dez Km. de Dubai.O
time era muito bom, 9 jogadores da seleção que foi treinada pelo Parreira.Fomos
campeões nas duas temporadas, 1993/1994 e 1994/1995 ganhamos a Liga e a Copa do
Rei.Resolvi voltar ao Brasil, mesmo com eles insistindo pra eu ficar.Acabei
voltando em 98,para fazer a renovação do grupo que envelheceu.O trabalho foi
bastante difícil.
16-Por que ficou pouco tempo no Sporting
Cristal e no Blooming?
No Sporting, porque o foco deles era a Libertadores,fomos
desclassificados pelo River Plate.Mas fomos campeões Peruanos.
No Blooming foi bem mais difícil,em Santa Cruz de la Sierra,uma
das poucas cidades ao nível do mar,tinha dois times fortes,Blooming e Oriente
Petrolero.80 por cento dos jogos fora de casa, eram nas alturas.Nessas cidades
nem os dirigentes iam com a delegação, ja sabiam que vitoria seria muito
difícil.E alem do mais tive vários problemas com alguns jogadores.
17-Por que de alguns anos para cá você não
anda recebendo mais oportunidades de trabalho no Brasil?
-No Brasil todo ano surgem novos treinadores,jogadores que
param de jogar futebol e Preparadores Físicos que fazem o Curso, e ainda tem a
idade, que para mim significa experiência e para muitos e estar ultrapassado.
18-Como foi o trabalho no Al-Merreikh do
Sudão?Conquistou títulos?
-No Al Merreikh foi meio parecido com o Sporting o objetivo
principal era a Copa da África, fomos desclassificados por um time da Tunísia,
o Esperance,um time muito superior ao nosso,e fomos demitidos mesmo estando 6
pontos a frente do Al Hilal no campeonato Nacional.
Foi um dia triste na minha carreira,nunca havia
passado por isso,foi exatamente no dia 07/03/2010,onde jogávamos contra o
Al-Amal,também daqui do Sudão, foi num lance de cobrança de
falta lateral a nosso favor. Na hora, não deu para ver o que aconteceu, só que
ele agachou e caiu. Quando veio a notícia de que o Idahor havia morrido, mais
ou menos aos 40 minutos do primeiro tempo, a torcida invadiu o campo revoltada.
Acabou o jogo. Achavam que ele havia levado uma cotovelada. Entraram com
cadeira, pau e pedra. O time adversário correu para o vestiário. Mas teve um
integrante da comissão técnica deles, acho que o preparador de goleiros, que
levou uma cadeirada. Pensamos que ele tivesse morrido, ficou desacordado.
Felizmente, isso não aconteceu. Mas foi um horror.
Quanto ao time,foi complicado,pois a diretoria queria
levar o time para o Egito para esquecer um pouco da tragédia,e eu consegui
fazer com que o time ficasse no Sudão e consegui animar o grupo falando que
Idahor seria nosso 12º jogador em campo.
20- Por que ficou pouco tempo no Irã?
21-Algo de inusitado ocorreu na sua
carreira?
Inusitado pra mim.Foi a morte do Idahor,meu atacante
Nigeriano durante um jogo do Al Merreikh.
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