O “De Cara a Cara” deste mês de Outubro, convida você
nosso leitor do Blog do Futebol, a conhecer a história de Francileudo Dos
Santos, ou como é chamado na Tunísia e França, Dos Santos. O jogador, hoje com
36 anos, e atualmente no modesto FC Porrentruy, time da 5º divisão da Suíça,
onde Dos Santos atua como treinador e jogador, confessa que agora em Novembro,
deve encerrar sua carreira no futebol, e diz que ainda não sabe ao certo se
continuará pela França ou Tunísia, mas Francileudo, deve virar técnico de
futebol.
Chegou à Tunísia em 1998, país que realizou grande
sucesso, se naturalizou e disputou a Copa do Mundo de 2006, atuou em 41
partidas e marcou 22 gols, além de conquistar até hoje a única Copa Africana de
Nações do país, em 2004 com vitória sobre Marrocos.
Confira a entrevista que o jogador concedeu ao Blog do
Futebol:
Nome: Francileudo dos Santos Silva Lima
Nascimento: 20/03/1979-36 anos – Zé Doca-Maranhão
Altura: 1,72 cm 68 kg
Clubes: Sampaio Corrêa (1996), Standard de
Liége-Bélgica(1996-1998), Etoile du Sahel-Tunísia(1998-2000/ 2010-2013), Sochaux-França(2000-2005/2008-2009),Tolouse-França(2005-2007/2008),
Zurich-Suíça(2006-2007), Istres-França(2009-2010), ASM
Belfort-França(2013-2015), FC Porrentruy-Suíça(2015
Títulos:
Copa Africana de Nações (2004)-Tunísia
Taça da Liga Francesa(2003/2004) – Sochaux
Segunda Divisão Francesa (2000/2001)- Sochaux
Raiffeisen Super League(2006-2007) - Zurich
1-Como
foi à saída de Zé Doca para atuar no Sampaio Corrêa?
Minha saída de Zé Doca foi através de um amigo do meu
pai, que era irmão do preparador físico do Sampaio Corrêa. Esse amigo do meu
pai tinha ouvido falar muito de mim, inclusive que eu era um bom jogador, e um
dia ele chegou para o meu pai e perguntou se eu não tinha o interesse de ir
para o Sampaio. Meu pai respondeu dizendo que estava sem fazer nada e adorava
futebol, foi aí que tudo começou.
Dos Santos na temporada 1997/1998 na Bélgica. |
2-Como
foi parar na Bélgica?
Fui disputar a Taça Cidade de Juniors com o Sampaio
Corrêa, onde nesse torneio tinham vários olheiros, e um chegou para mim e perguntou
se eu queria ir para a Bélgica fazer um teste com uma condição de ter minha
passagem de ida e volta, assim que fui parar na Bélgica, em um time que se
chama Standard de Liége, um dos melhores clubes da Bélgica.
3-Em
1998, através do treinador Francês Jean Fernandez, você foi para o Etiole du
Sahel. Como ocorreu este contato, e havia muitos atletas Brasileiros no país?
Já estava no time principal do Standard de Liége, mas o
time trocou de treinador, e o novo treinador não contava comigo, me disse que
eu tinha de encontrar outro clube, foi aí que meu empresário me propôs o Etoile
du Sahel. Fui à Tunísia ver como era o país e gostei, aí então fui emprestado
no primeiro ano, e no segundo ano o clube me comprou, sendo que na época tinham
poucos Brasileiros no país, mas os tunisianos adoram os Brasileiros.
4-Você
recebeu proposta para naturalização em 2000, rejeitou e se naturalizou em 2003.
Pela seleção da Tunísia disputou diversos torneios, mas qual deles lhe
proporcionou mais alegria a você?
Rejeitei em 2000 porque tinha esperança de jogar pela
Seleção Brasileira, e em 2003 vi que não tinha condição de jogar pela seleção,
quando vi que vários jogadores de grandes nomes, jogavam em times mais
importantes que a minha, então decidi me naturalizar, onde tive a oportunidade
de jogar várias competições, como três Copas da África, uma Copa das
Confederações e uma Copa do Mundo, que me proporcionou mais prazer.
É uma pena ter jogado apenas 12º minutos contra a
Ucrânia, durante a Copa do Mundo de 2006, mas esta experiência nunca vou
esquecer.
Em ação pela Seleção da Tunísia. |
5-Por
que a passagem pela Seleção da Tunísia acabou em 2008?
Em 2008 voltei para o Sochaux, não era mais titular, e
por isso o treinador não me convocava mais. Tive um problema no joelho no final
da temporada e tive que operar os dois joelhos, voltando para a Tunísia depois
da revolução em 2010, onde fui convocado para jogar a Copa da África dos
jogadores que atuavam no país, recusei, pois achei que era a hora de parar.
6-Na
França viveu bons momentos no Sochaux e no Tolouse. Por que foi emprestado ao
Zurich?
Voltei da Copa do Mundo machucado, o treinador pediu que
eu procurasse um time para eu ser emprestado por 6 meses, foi aí que meu
empresário me propôs o Zurich, no qual me sagrei Campeão Suíço em 2007.
7-Na
volta da Suíça passou por Tolouse, Sochaux e Istres. Por que não se firmou
nestas passagens?
Quando voltei para o Tolouse, tive problemas com o
treinador e o presidente, aí fiquei o
ano todo sem jogar, atuando em apenas duas partidas da Liga Europa, marcando
dois gols e mesmo assim o treinador não me colocou para jogar, então estava no
final do meu contrato e tinha que encontrar um time para jogar. Tive uma
proposta de uma equipe que estava subindo para a primeira divisão Francesa, o
Grenoble. Visitei suas instalações, e foi aí que recebi a proposta do Sochaux,
um clube que eu conhecia bem, então resolvi voltar, mas durante a
pré-temporada, tive problemas nos dois joelhos, um tendinite crônica, com o
médico me aplicando injeções para que eu pudesse jogar. Fiz 15 jogos, marquei
somente dois gols, aí tive que operar os dois joelhos, e fiquei desempregado
por seis meses, quando o Istres me propôs de fazer um teste que deu certo, e
assinei um contrato por seis meses, mas os problemas no joelho continuaram, e
dessa vez na rótula, fiz 11 jogos, marquei um gol e tive que operar o joelho
novamente.
9-Fale
de sua segunda passagem pelo Etoile du Sahel, e o por que da saída para jogar
no pequeno ASM Belfort?
Voltei para o Etoile porque era o time que conhecia, onde
todos os torcedores me viam como ídolo e também como o atleta que fez o país
ganhar a única Copa da África.
Quando acabou meu contrato com o Etoile, quis voltar para
a França, me ofereci ao Sochaux, mas eles não estavam mais interessados, então
para não ficar desempregado, aceitei a proposta do ASM Belfort, uma cidade que
fica a 20km de onde eu moro.
10-Com
muitos anos nessa estrada chamada futebol, você possui alguma história
inusitada para nos contar?
Tenho várias, mas a que mais lembro, foi durante um jogo
entre Sochaux e Nancy em 2000. Fiz um gol e para comemorar comecei a fazer
acrobacia, e o público gritava quanto mais eles gritavam, eu saltava mais,
quando parei e vi que o juiz tinha marcado impedimento, percebi que o público
gritava porque fiquei comemorando igual bobo.
Atualmente no FC Porretruy, da Suíça. |
11-Aos
36 anos, está atuando pelo ASM Belfort, pretende encerrar a carreira no Brasil
ou na Tunísia?
Não estou mais no Belfort, estou em um time amador da Suíça,
um time chamado Porrentruy, que pertence à quinta divisão. Aqui sou treinador e
jogador, mas mês que vem, (Novembro),
quando encerra o primeiro turno do campeonato,
vou encerrar minha carreira por aqui mesmo, e aí vejo se fico por aqui,
ou se vou para a Tunísia.
Agradecimento especial: Marcos Cunha( Grupo Fãs de Francileudo dos Santos-Facebook)
Agradecimento especial: Marcos Cunha( Grupo Fãs de Francileudo dos Santos-Facebook)