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domingo, 17 de novembro de 2013

"De Cara a Cara"

O quadro irá entrevistar hoje um técnico de futebol conhecido como Antônio Carlos Vieira,como jogador, atuou nas categorias de base da Portuguesa mas não chegou a se tornar profissional pela Lusa,jogou no Chile, na Bolívia e no Peru,além de ter jogado no Paraná no Brasil.
Iniciou a carreira como técnico em 1990, e rondou pelos países da América Central onde fez sucesso por Beliz,Guatemala e Honduras.
Veja um pouco mais sobre a carreira de Antônio Veira:

Nome: Antônio Carlos Vieira
Nascimento: 7 de Fevereiro de 1956
Clubes como Jogador:
Oriente Petrolero-Bolívia (1983-1985)
Sol América-Paraguai (1985-1987)
Cascavel-Brasil- (1987)
Toledo FC-Brasil (1988)
Palestino-Chile (1988)

Clubes como Técnico de Futebol:
Juventus-Equador (1990), Mineros Guayana-Venezuela (1991), Mérida-Venezuela (1992/1994-1995),Los Andes-Venezuela(1992),Ji-Paraná-Brasil (1993-1994/2001/2004),Botafogo (1996),Torino-Peru (1997), Limeño-El Salvador(1998/2003),CD Aguila-El Salvador(1999),Sagitum-Belize (1999),Carcha-Guatemala(2000),Atlético Goianiense-Brasil (2002),Social Vida-Honduras(2005), Ulbra-Brasil (2006), Seleção de Belize(2006-2007), Portuguesa (2008), Floriana-Malta (2009), Seleção de Timor Leste (2010-2012),PHX Monsoon-EUA(2012-2013).

Títulos: Primeira Divisão Belize(1999)-Sagitum/ Mérida-Venezuelano

“De Cara a Cara”
1-Como foi o inicio nos juniores da Portuguesa e o porquê de sua saída?
 Uma experiência boa. Saindo do interior do estado do Paraná; E chegando com muitas ilusões. A saída foi normal, buscando espaço em outros lugares.
2-Foi difícil iniciar a carreira de profissional na Bahia?
Ainda muito jovem, primeira experiência no exterior,encontrei certa dificuldade com uma cultura diferente,principalmente com a alimentação.Mas foi importante minha passagem pelo Oriente Petrolero na Bolívia,mas preferi voltar.
3-Por quê saiu do Oriente Petrolero?
Sol América do Paraguai era um clube de meia tabela. Foi mais fácil a convivência e ai comecei a melhorar meu idioma Espanhol. Um clube que tenho muito carinho por ele.
4-Fale de usa passagem pelo Sol América do Paraguai?
Na verdade o motivo de jogar muito no pouco no Brasil,foi pelo espírito aventureiro que tinha em minha época de jovem. Para mim era um grande estatus estar jogando fora do Brasil.
5-O que você acha que faltou para receber mais oportunidade de jogar no Brasil?E fale de sua passagem pelo Cascavel e Toledo?
Toledo e Cascavel eram times de primeira divisão do campeonato profissional do Paraná. Boas experiências,mas muito frio em ambas as cidades.
6-Por quê encerrou a carreira cedo no Palestino do Chile em 1988?
Ainda vestido de um espírito aventureiro, fui ao Chile. Quase me casei nesse país. Lugar maravilhoso e um time importante que era um dos melhores da época. No Palestino do Chile tinha companhia do grande capitão Chileno conhecido como (Don Elias) Figueroa, que mais tarde seria uma grande figura do Internacional de Porto Alegre.
7-Através de quem recebeu a primeira oportunidade para se tornar técnico no Botafogo?
Fui técnico nas categorias de base do Botafogo. Um amigo que tinha muita influência dentro do clube me recomendou e recebi a oportunidade.
8-Como foi parar no Juventus do Equador?
Clube Atlético Juventus, primeira divisão do Equador. Na realidade fiz um contato com eles e me apresentei para assumir o time. Tudo foi feito entre eu e a diretoria. Penso que foi minha grande prova de fogo como treinador. Somente sai desse time por falta de pagamento, mas tenho essa nação no meu coração.

9-Fale do bom trabalhou que realizou na Venezuela na frente dos clubes Guayana,Mérida e Los Andes?
Primeiro dirigi o time do Valência, ao mesmo na Venezuela. Um clube acostumado a participar da Copa Libertadores. Fiz um bom trabalho e logo (Estudiantes de Mérida) me ofereceu um contrato.Passado alguns anos voltei a dirigir esse time e conseguimos ser campeões.
Tive o privilégio de ser técnico da Universidade de Los Andes, time da mesma cidade Mérida, aonde está o time do Estudiantes. Penso que sou o único estrangeiro que tenha dirigido essas duas equipes. Ademais, fui técnico dos Mineros de Guayana, esse time no momento disputa a Copa Sul Americana e acaba de eliminar o Barcelona do Equador.
Deixei muitos amigos e esse país se tornou minha segunda pátria.
10-Por quê não deu certo no Botafogo?
Clube Atlético do Torino no Peru,tem participações importantes na Libertadores. Neste momento penso que fui extinguido. Era considerado um time forte no país. Fui dirigir o ACD Limeño, em El Salvador pois a proposta financeira era boa e depois através do nosso trabalho neste time, se me abriu as portas em um importante centro da América.
11- O que te fez trabalhar em equipes pequenas como Torino do Peru e Limeño de El Salvador?
Renunciei no Limeño no final do campeonato de Abertura e em seguida recebi uma proposta do Alianza de El Salvador e outra do CD Aguila, e preferi acertar com esse time, pois iríamos jogar o Campeonato Nacional e a Liga dos Campeões da América Central. Saí deste time pois tive problemas com um grupo de jogadores. Neste time jogavam 8 jogadores da Seleção Principal do país e mais 13 da Seleção Sub23. Não renunciei, mas a diretoria achou que eu não tinha mais ambiente com os jogadores. O grande problema na realidade foi por questão de indisciplina que eu não aceitava.
12-Como foi a curta passagem pelo CD Aguila?
Respondido na questão 11.
13-Por quê ficou pouco tempo no Sagitum de Belize?
No Sagitum de Belize trabalhei em 2 anos diferentes. No primeiro ano fomos campeões, no segundo perdemos o título nos pênaltis. Com nosso bom trabalho nos deram a Seleção Nacional de Belize.
14-Fale de sua passagem pelo Carcha?
No CD Carcha, que participa da Liga Principal da Guatemala, assumi o clube substituindo um Brasileiro.
Participei do torneio inicio de no final tive problemas com o presidente, que de casualidade era coronel do exército.
Não aguentei e regressei aos Estados Unidos.
15-Por quê no Brasil não recebeu grandes oportunidades para treinar times grandes?
No Brasil existe um tabu que técnico que regressa ao país não serve para trabalhar nos times Brasileiros. Agora que a coisa começa a mudar um pouco, mas sou sincero, sempre tive preferência de trabalhar fora do Brasil.
16-Como foi a vida em países pouco conhecidos como Belize, Guatemala e Honduras?
Viver em Belize,Guatemala e Honduras me permitiu adquirir mais experiências e isso acaba enriquecendo a carreira de um treinador. Houve momentos difíceis, mas tenho carinho por todos eles.
17-fale de sua passagem pelo Social Vida?
Na primeira divisão de Honduras estive a frente do Clube Social Vida, conhecido como El Vida. Meu presidente era uma mulher e nossa convivência não foi a mais apropriada.Fiquei poucos meses e saí.
18-Por quê não deu certo na Portuguesa e no Atlético Goianiense?
Fui técnico do Ji Paraná e jogamos a série C. Fizemos dois jogos contra o Atlético Goianiense. Recebi uma boa proposta, mas no meio do caminho muitos problemas, e futebol é como matrimônio: se já não existe mais amor, tchau..
19-Como recebeu a proposta para trabalhar na Seleção de Belize e porquê não deu certo o projeto?
Depois de haver realizado um bom trabalho no Sagitum, a Federação de Belize me ofereceu um contrato. Jogamos a Copa das Nações da Centro América, aonde participam 7 seleções da Centro América. Mas essas seleções tem poucas atividades e eles não compensam ter um técnico se não há atividades.Neste momento estamos conversando sobre a possibilidade de  assumir esta seleção mais uma vez.
20-Como foi parar em Malta?Como foi sua passagem pelo futebol do país, e a vida em Malta?
Estive treinando o Floriana, no campeonato Maltes. Este time, em Malta já havia participado em mais de 20 oportunidades da fase classificatória da Liga dos Campeões. Sou sincero, renunciei por problemas com um assistente Maltes, e depois me arrependi. Uma das ilhas mais lindas do mundo e boa para se viver lá.
21-Como foi o trabalho em um país sem estrutura que é o Timor Leste?
Recebi um convite para treinar a seleção sub23 e a profissional de Timor Leste, na Ásia.
Participamos dos jogos (SEAGAMES), com a sub23 na Indonésia, e jogamos as eliminatórias Ásia/Brasil 2014. Mas foi bastante difícil,ainda que internacionalmente foi bom para minha carreira.
22-Como anda o trabalho nos Estados Unidos?
O futebol nos Estados Unidos é cheio de paradoxo.Aqui está o futuro do futebol, dinheiro, espaço físico e um material humano muito rico. A Seleção Americana participou dos últimos Mundiais e já tomou o lugar da Seleção Mexicana nesta área. Mas aqui se joga com um regulamento diferente da FIFA. Aqui não se perde a categoria e nem se ganha a categoria. Quero dizer,nenhum clube sobe e nenhum clube cai. Não primeira,segunda,terceira ou quarta divisão. Há muitas ligas profissionais, mas com preços de franquias bastante diferente. Só um exemplo, uma liga a categoria vale mais de 30 milhões de dólares, e a outra vale um pouco mais de 1 milhão. Então fica difícil,mas creio que irá melhorar.
23-Algo de inusitado ocorreu na sua carreira?
Na minha primeira noite em Santa Cruz de La Sierra, com o Oriente Petrolero, aonde me levaram para passar a noite,depois de me acostar na cama,olhei para o teto e estava cheio de estrelas, não havia teto.


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