O quadro irá entrevistar hoje um técnico de futebol conhecido como Antônio Carlos Vieira,como jogador, atuou nas categorias de base da Portuguesa mas não chegou a se tornar profissional pela Lusa,jogou no Chile, na Bolívia e no Peru,além de ter jogado no Paraná no Brasil.
Iniciou a carreira como técnico em 1990, e rondou pelos países da América Central onde fez sucesso por Beliz,Guatemala e Honduras.
Veja um pouco mais sobre a carreira de Antônio Veira:
Nome: Antônio Carlos Vieira
Nascimento: 7 de Fevereiro de 1956
Clubes como Jogador:
Oriente Petrolero-Bolívia (1983-1985)
Sol América-Paraguai (1985-1987)
Cascavel-Brasil- (1987)
Toledo FC-Brasil (1988)
Palestino-Chile (1988)
Clubes como Técnico de Futebol:
Juventus-Equador (1990), Mineros Guayana-Venezuela
(1991), Mérida-Venezuela (1992/1994-1995),Los
Andes-Venezuela(1992),Ji-Paraná-Brasil (1993-1994/2001/2004),Botafogo
(1996),Torino-Peru (1997), Limeño-El Salvador(1998/2003),CD Aguila-El
Salvador(1999),Sagitum-Belize (1999),Carcha-Guatemala(2000),Atlético
Goianiense-Brasil (2002),Social Vida-Honduras(2005), Ulbra-Brasil (2006),
Seleção de Belize(2006-2007), Portuguesa (2008), Floriana-Malta (2009), Seleção
de Timor Leste (2010-2012),PHX Monsoon-EUA(2012-2013).
Títulos: Primeira Divisão Belize(1999)-Sagitum/
Mérida-Venezuelano
“De Cara a Cara”
1-Como foi o inicio nos juniores da
Portuguesa e o porquê de sua saída?
Uma experiência
boa. Saindo do interior do estado do Paraná; E chegando com muitas ilusões. A
saída foi normal, buscando espaço em outros lugares.
2-Foi difícil iniciar a carreira de
profissional na Bahia?
Ainda muito jovem, primeira experiência
no exterior,encontrei certa dificuldade com uma cultura
diferente,principalmente com a alimentação.Mas foi importante minha passagem
pelo Oriente Petrolero na Bolívia,mas preferi voltar.
3-Por quê saiu do Oriente Petrolero?
Sol América do Paraguai era um clube de
meia tabela. Foi mais fácil a convivência e ai comecei a melhorar meu idioma
Espanhol. Um clube que tenho muito carinho por ele.
4-Fale de usa passagem pelo Sol América
do Paraguai?
Na verdade o motivo de jogar muito no
pouco no Brasil,foi pelo espírito aventureiro que tinha em minha época de
jovem. Para mim era um grande estatus estar jogando fora do Brasil.
5-O que você acha que faltou para receber mais oportunidade de jogar no
Brasil?E fale de sua passagem pelo Cascavel e Toledo?
Toledo e Cascavel eram times de primeira
divisão do campeonato profissional do Paraná. Boas experiências,mas muito frio
em ambas as cidades.
6-Por quê encerrou a carreira cedo no
Palestino do Chile em 1988?
Ainda vestido de um espírito
aventureiro, fui ao Chile. Quase me casei nesse país. Lugar maravilhoso e um
time importante que era um dos melhores da época. No Palestino do Chile tinha
companhia do grande capitão Chileno conhecido como (Don Elias) Figueroa, que
mais tarde seria uma grande figura do Internacional de Porto Alegre.
7-Através de quem recebeu a primeira
oportunidade para se tornar técnico no Botafogo?
Fui técnico nas categorias de base do
Botafogo. Um amigo que tinha muita influência dentro do clube me recomendou e
recebi a oportunidade.
8-Como foi parar no Juventus do Equador?
Clube Atlético Juventus, primeira
divisão do Equador. Na realidade fiz um contato com eles e me apresentei para
assumir o time. Tudo foi feito entre eu e a diretoria. Penso que foi minha
grande prova de fogo como treinador. Somente sai desse time por falta de
pagamento, mas tenho essa nação no meu coração.
9-Fale do bom trabalhou que realizou na
Venezuela na frente dos clubes Guayana,Mérida e Los Andes?
Primeiro dirigi o time do Valência, ao
mesmo na Venezuela. Um clube acostumado a participar da Copa Libertadores. Fiz
um bom trabalho e logo (Estudiantes de Mérida) me ofereceu um contrato.Passado
alguns anos voltei a dirigir esse time e conseguimos ser campeões.
Tive o privilégio de ser técnico da
Universidade de Los Andes, time da mesma cidade Mérida, aonde está o time do
Estudiantes. Penso que sou o único estrangeiro que tenha dirigido essas duas
equipes. Ademais, fui técnico dos Mineros de Guayana, esse time no momento
disputa a Copa Sul Americana e acaba de eliminar o Barcelona do Equador.
Deixei muitos amigos e esse país se
tornou minha segunda pátria.
10-Por quê não deu certo no Botafogo?
Clube Atlético do Torino no Peru,tem
participações importantes na Libertadores. Neste momento penso que fui
extinguido. Era considerado um time forte no país. Fui dirigir o ACD Limeño, em
El Salvador pois a proposta financeira era boa e depois através do nosso
trabalho neste time, se me abriu as portas em um importante centro da América.
11- O que te fez trabalhar em equipes
pequenas como Torino do Peru e Limeño de El Salvador?
Renunciei no Limeño no final do
campeonato de Abertura e em seguida recebi uma proposta do Alianza de El
Salvador e outra do CD Aguila, e preferi acertar com esse time, pois iríamos
jogar o Campeonato Nacional e a Liga dos Campeões da América Central. Saí deste
time pois tive problemas com um grupo de jogadores. Neste time jogavam 8
jogadores da Seleção Principal do país e mais 13 da Seleção Sub23. Não
renunciei, mas a diretoria achou que eu não tinha mais ambiente com os
jogadores. O grande problema na realidade foi por questão de indisciplina que
eu não aceitava.
12-Como foi a curta passagem pelo CD
Aguila?
Respondido na questão 11.
13-Por quê ficou pouco tempo no Sagitum
de Belize?
No Sagitum de Belize trabalhei em 2 anos
diferentes. No primeiro ano fomos campeões, no segundo perdemos o título nos
pênaltis. Com nosso bom trabalho nos deram a Seleção Nacional de Belize.
14-Fale de sua passagem pelo Carcha?
No CD Carcha, que participa da Liga
Principal da Guatemala, assumi o clube substituindo um Brasileiro.
Participei do torneio inicio de no final
tive problemas com o presidente, que de casualidade era coronel do exército.
Não aguentei e regressei aos Estados
Unidos.
15-Por quê no Brasil não recebeu grandes
oportunidades para treinar times grandes?
No Brasil existe um tabu que técnico que
regressa ao país não serve para trabalhar nos times Brasileiros. Agora que a
coisa começa a mudar um pouco, mas sou sincero, sempre tive preferência de
trabalhar fora do Brasil.
16-Como foi a vida em países pouco
conhecidos como Belize, Guatemala e Honduras?
Viver em Belize,Guatemala e Honduras me
permitiu adquirir mais experiências e isso acaba enriquecendo a carreira de um
treinador. Houve momentos difíceis, mas tenho carinho por todos eles.
17-fale de sua passagem pelo Social Vida?
Na primeira divisão de Honduras estive a
frente do Clube Social Vida, conhecido como El Vida. Meu presidente era uma
mulher e nossa convivência não foi a mais apropriada.Fiquei poucos meses e saí.
18-Por quê não deu certo na Portuguesa e
no Atlético Goianiense?
Fui técnico do Ji Paraná e jogamos a
série C. Fizemos dois jogos contra o Atlético Goianiense. Recebi uma boa
proposta, mas no meio do caminho muitos problemas, e futebol é como matrimônio:
se já não existe mais amor, tchau..
19-Como recebeu a proposta para
trabalhar na Seleção de Belize e porquê não deu certo o projeto?
Depois de haver realizado um bom
trabalho no Sagitum, a Federação de Belize me ofereceu um contrato. Jogamos a
Copa das Nações da Centro América, aonde participam 7 seleções da Centro
América. Mas essas seleções tem poucas atividades e eles não compensam ter um
técnico se não há atividades.Neste momento estamos conversando sobre a
possibilidade de assumir esta seleção
mais uma vez.
20-Como foi parar em Malta?Como foi sua
passagem pelo futebol do país, e a vida em Malta?
Estive treinando o Floriana, no
campeonato Maltes. Este time, em Malta já havia participado em mais de 20
oportunidades da fase classificatória da Liga dos Campeões. Sou sincero,
renunciei por problemas com um assistente Maltes, e depois me arrependi. Uma
das ilhas mais lindas do mundo e boa para se viver lá.
21-Como foi o trabalho em um país sem
estrutura que é o Timor Leste?
Recebi um convite para treinar a seleção
sub23 e a profissional de Timor Leste, na Ásia.
Participamos dos jogos (SEAGAMES), com a
sub23 na Indonésia, e jogamos as eliminatórias Ásia/Brasil 2014. Mas foi
bastante difícil,ainda que internacionalmente foi bom para minha carreira.
22-Como anda o trabalho nos Estados
Unidos?
O futebol nos Estados Unidos é cheio de
paradoxo.Aqui está o futuro do futebol, dinheiro, espaço físico e um material
humano muito rico. A Seleção Americana participou dos últimos Mundiais e já
tomou o lugar da Seleção Mexicana nesta área. Mas aqui se joga com um
regulamento diferente da FIFA. Aqui não se perde a categoria e nem se ganha a
categoria. Quero dizer,nenhum clube sobe e nenhum clube cai. Não
primeira,segunda,terceira ou quarta divisão. Há muitas ligas profissionais, mas
com preços de franquias bastante diferente. Só um exemplo, uma liga a categoria
vale mais de 30 milhões de dólares, e a outra vale um pouco mais de 1 milhão.
Então fica difícil,mas creio que irá melhorar.
23-Algo de inusitado ocorreu na sua
carreira?
Na minha primeira noite em Santa Cruz de
La Sierra, com o Oriente Petrolero, aonde me levaram para passar a noite,depois
de me acostar na cama,olhei para o teto e estava cheio de estrelas, não havia
teto.
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