Quando um profissional atinge o alto nível, a excelência, em qualquer setor, ele tem que manter o sinal ainda mais alerta. É fácil se embriagar com a vitória, com a conquista. Mas o bom resultado de hoje não garante o sucesso de amanhã. A motivação para que a vitória em um jogo se transforme no título de um campeonato tem que partir de dentro. Do íntimo de cada um. E Ronaldinho Gaúcho parece que não tem isso dentro dele. Suas glórias do passado, no Barcelona, estão arquivadas. Ficaram para trás. O presente dele é tenebroso; afundado com o bagunçado Flamengo.
Ronaldinho não demonstra mais amor pelo futebol. Ele gosta de balada, funk, noitadas. Pode até ser que ainda tenha um remoto carinho por entrar em campo, de vez em quando driblar algum adversário. Mas sua explosão física já não é a mesma. Suas arrancadas dependem de boas noites de sono. Seus potentes chutes tem que ser precedidos de intensos treinamentos. E isso já não acontece há um bom tempo.
O camisa 10 do Flamengo chegou a um ponto que o que vier é lucro. Para que suar nos treinamentos, descansar, se o Rio de Janeiro lhe oferece mulheres, intensa vida noturna, pensa ele.
Por isso, quando formos analisar a carreira de Ronaldinho vamos vê-lo apenas como um bom jogador. Um cara de talento, mas que sabotou a própria carreira por não ter um espírito campeão. Contentou-se com alguns anos de sucesso. Não quis ampliar suas vitórias, prolongá-las A zona de conforto falou mais alto.
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A Portuguesa é um exemplo vivo de que vitória de ontem não significa sucesso hoje. O time foi a sensação de 2011, sendo comparado com o Barcelona. Venceu o Campeonato Brasileiro da Serie B com sobras, dando espetáculo. Porém, o clube não se planejou e desfez o time. Saíram peças fundamentais como Edno, Marco Antônio e Ferdinando. E em três meses a comemoração virou lamento. Cair para a segunda divisão estadual é um sinal de que se algo não for feito o rebaixamento também no Brasileirão será questão de rodadas. Um choque, comandado pelo técnico Jorginho e ancorado pela diretoria, tem que começar para ontem.
COLUNA MARCEL CAPRETZ
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