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terça-feira, 3 de março de 2015

"De Cara a Cara"

O entrevistado deste é o jogador Brasileiro Renan Bressan, no Brasil não é muito conhecido, mas foi na Bielorússia que o jogador se destacou, onde após grandes atuações no Bate Borisov, se naturalizou e disputou as Olimpíadas de 2008, inclusive marcando um gol contra a Seleção Brasileira, porém neste jogo, a Bielorússia perdeu pelo placar de 3x1.
Após boa passagem pelo Bate Borisov, Renan foi para o Alania da Rússia, onde não conseguiu se firmar e teve poucas oportunidades,depois seguiu para o Astana do Cazaquistão, e atualmente está no Rio Ave de Portugal.

Nome: Renan Bardini Bressan
Data de Nascimento: 03/11/1988-25 anos
Posição: Meia
Altura: 1,82 cm 77kg

Clubes:
Atlético Tubarão(2007), Gomel(Bielorrússia) (2007-2009),Bate Borisov(Bielorússia) (2010-2012), Alania-Rússia(2012-2014), FC Astana(Cazaquistão) (2014), Rio Ave-Portugal (2014

Títulos:
Liga Bielorussa – Bate Borisov(2010,2011,2012)
Supertaça Bielorussa-Bate Borisov (2010 e 2011)
Após bela passagem pelo território Bielorusso, Renan Bressan se naturalizou e possui 15 partidas pela seleção e 4 gols marcados, inclusive disputou as Olímpiadas de 2012 pela Bielorússia,marcando um gol contra o Brasil.

“De Cara a Cara”
1-Fale das dificuldades que obteve no inicio onde foi dispensado do Atlético Paranaense e Corinthians?
Pelo Atlético Paranaense não fui dispensado, muito pelo contrário, fui a testes e em 2 semanas já estava aprovado e  morando com os jogadores no novo hotel onde acabara de ser construído,( o único jogador sem contrato que ficou lá), o problema foi que assinei com uma empresa chamada Kirin Soccer, que pediu muito dinheiro para me liberar para eles, me prometendo um contrato assinado com o Corinthians.  Mesmo assim fiquei 3 meses no Atlético Paranaense  e fizemos de tudo pela minha permanência que não aconteceu, e acabei indo para o Corinthians fazer testes, que onde em 5 dias fui dispensado sem ao menos  saber o porque. Ai foi que quase parei de jogar.

2-Como foi sua passagem pelo Atlético de Tubarão?
Pelo Atlético Tubarão, passei minha vida toda, desde as categorias de base até me profissionalizar aos 16 anos.  Foi o clube que me projetou, mas sempre me deveu dinheiro, mas mesmo assim agradeço a eles por tudo e torço por eles e por minha cidade!

3-Através de quem foi parar na Bielorússia? Conte as dificuldades que passou, como dormir no aeroporto de Kiev por um dia?
Um olheiro Russo que já havia trabalhado 3 anos em Portugal e 3 anos no Brasil, procurava jogadores pelo Brasil todo, ele esteve em Tubarão através de um vereador e gostou muito de mim e levou. Dificuldades são muitas, sobre Kiev, dormi uma noite lá, mas parecia 1semana.  Mas é bom que depois que passa por tudo isso rimos da situação, mas na hora é momento de desespero.

4-Renan, o que achou quando chegou em um time pequeno da Bielorússia e em um país que não tem tradição no futebol?
O FC Gomel era um time médio do país, mas que já havia sido campeão uma vez. Bom, eu sabia que era um trampulim para mim, e no primeiro ano já conseguimos o vice-campeonato e aí comecei a aparecer.

5-Como é feito o processo para a chegada de um jogador estrangeiro, é difícil conseguir o visto de trabalho, o clube fornece moradia, como é feito toda essa parte?
Na época não entendia nada do que me falavam, mas sobre o visto foi tranquilo, e sobre moradia, o clube oferecia instalações e alimentação no Centro de Treinamento.

6-Fale um pouco mais sobre o país, costumes, comidas, melhoras locais a passeio e outras coisas?
É um pais um pouco fechado para estrangeiros com a mentalidade ainda da União Soviética, isso que já melhorou muito ao passar do tempo. As pessoas bebem e fumam muito. Sobre serem fechados, eu entendo até porque a história deles conhecemos que foi de muita luta sofrimento. É um pais muito seguro, fiquei lá por 6 anos e nunca tive nenhum problema com segurança, as cidades são limpas e é  tranquilo de se viver!

7-Como foi a passagem pelo Gomel, e o por quê de sua saída?
Passagem do Gomel como disse acima seria meu trampolim, e assim foi, fiquei 3 anos lá e o Bate Borisov maior clube do país me fez uma proposta de compra, eu aceitei na hora porque acreditava que era minha chance, mas o Gomel fez uma resistência muito grande, mas acabou que deu tudo certo e acertei minha transferência.

8-Fale de sua bela passagem pelo Bate Borisov?
No meu primeiro ano ganhei tudo que podia, tanto individual quanto títulos da equipe.  Era um clube com grande organização e grande ambição na Europa, assim como eu, por isso o casamento foi perfeito, jogando a Liga Europa, 2 Champions League e 3Campeonatos Nacionais, Copa, Supercopa, artilheiro, melhor jogador do ano 3 vezes consecutivas, e por ai vai.

9-Por que saiu do clube e como foi disputar uma Liga dos Campeões?
Veio uma proposta do FC Alania da Rússia, financeiramente muito boa e também queria sair para um Campeonato mais forte que o Bielorusso, e talvez tenha sido minha pior escolha na vida! Champions League só perde para Copa do Mundo em qualidade, então eu posso dizer que realizei meu sonho de criança, e ainda mais marcando gols e fazendo boas apresentações entre os melhores do mundo.

10-Como recebeu a proposta para se naturalizar?
Quando estava no Gomel em 2009 já começou as conversas a principio para jogar na seleção sub 23, mas naquele ano não deu certo. Fui para o Bate e me destaquei mais ainda, foi aí que o presidente do nosso clube junto com o treinador da seleção e o presidente do país fizeram o convite oficialmente e eu aceitei.

11-Quantos jogos e gols possui pela seleção, você continua sendo convocado até hoje? E como foi a recepção dos jogadores com você?
Meu começo foi muito promissor, em 5 jogos já tinha 3 gols e 2 assistências, mas depois que fui para Rússia o rendimento caiu e hoje tenho 15 jogos e 4 gols e 3 assistências. Normalmente sou convocado sim! Recepção normal,  mas alguns jogadores ficaram com um pouco de inveja, mas nada demais.

12-Como foi disputar uma Olimpíada e marcar um gol no Brasil?
Assim como a Champions as Olimpíadas é o auge de um atleta profissional. Sou muito feliz por isso e ainda mais fazendo boas apresentações e marcando o gol histórico contra o Brasil. Uma sensação incrível, que só estando lá para descrever, e também me abriu portas no Brasil e na Europa também!

13-Algo de inusitado ocorreu na sua carreira no futebol?
Acho que algo mais inusitado foi marcar gol contra o Brasil, as pessoas me perguntam isso sempre se não me arrependi marcando contra a pátria (risos).



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