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terça-feira, 15 de julho de 2014

"De Cara a Cara"

Após um mês fora do ar devido a Copa do Mundo, o "De Cara a Cara" de hoje irá entrevistar um dos maiores zagueiros Brasileiros, trata-se de Luís Pereira, ex-jogador do Palmeiras na década 1970, onde aquela equipe era conhecida como a famosa academia, batendo no torneio Ramon de Carranza na Espanha os poderosos Barcelona e Real Madrid. Pereira também disputou a Copa do Mundo de 1974 pela Seleção Brasileira, além de ter grande passagem pelo Atlético de Madrid da Espanha, onde trabalha até hoje no clube.
Antes de começarmos a entrevista, gostaria de agradecer a duas pessoas,  Luís Pereira pela entrevista e sua filha Marcella Verotti.

"De Cara a Cara"

Nome: Luís Edmundo Pereira
Nascimento: Juazeiro-Bahia- 21/06/1949
Clubes: São Bento(1966-1968), Palmeiras(1968-1975 e 1981-1985), Atlético de Madrid-ESP(1975-1980), Flamengo(1981), Portuguesa(1985), Santo André(1986-1988),Corinthians(1987),São Caetano(1989-1991), Cotia(1992), São Bernardo(1993), São Bento(1994).

Títulos:
Palmeiras- Campeonato Brasileiro- 1972,1973 e 1969.
Campeonato Paulista-1972,1974.
Atlético de Madrid- Campeonato Espanhol- (1977).

Técnico de Futebol:
São Bento (1994), São Carlense(1995), São Caetano-Auxiliar Técnico(1997), Força-SP(2002), Atlético de Madrid B-Espanha(2003

“De Cara a Cara”
1-Através de quem você foi parar no São Bento?
Um amigo, o Gonçalves, viu um jogo em São Caetano e me ofereceu para ir ao São Bento. Pedi licença no trabalho durante 1mês e finalmente passei no teste.

2-Como foi o tempo de clube e como foi parar no Palmeiras?
Tinha 17 anos quando fui ao São Bento, onde ganhei 2 Campeonatos Paulistas e em junho de 1968 fui emprestado durante 3 meses para o Palmeiras, quando acabaram esses 3 meses me dei conta de que já tinha sido vendido.

3-O que acha que faltou para o verdão ter ganhado a Libertadores de 1968?
Palmeiras nunca teve em mente uma Libertadores, e sim os Campeonatos Paulista e Brasileiro, mas talvez faltou um pouco de sorte também.

4-Fale de sua primeira passagem pelo verdão, os títulos, sua estreia como jogador e o famoso time da academia?
Foi uma passagem bonita. Em 1968 fiquei no banco, em 1969 joguei alguns jogos e finalmente em 1970 me firmei como jogador.
Nos anos seguintes de 1972,1973 fomos Campeões Brasileiros e Paulistas e em 1974 Paulista.
Ademais joguei o torneio Laudo Natel e passei pela Espanha no torneio Ramon de Carranza, onde ganhamos 3 jogos e perdemos 1.

5-Por que de sua saída do verdão em 1975?
Fui vendido para o Atlético de Madrid porque os diretores me viram jogar no Carranza e voaram ao Brasil conosco. Eles negociaram no próprio  avião, e o Palmeiras aceitou me vender.

6-Quando recebeu sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira, e quantos jogos e gols possui e por quê só foi a uma Copa do Mundo?
Em 1973 fiz amistosos com a Seleção, em 1974 joguei pela Copa do Mundo e em 1978 classificamos o Brasil, mas não me sentia preparado e necessitava de férias.

7-Como foi disputar a Copa do mundo de 1974 e o que acha que faltou para o Brasil ir mais longe?
É algo maravilhoso, fora de série. Uma emoção grande e forte. Ouvir o teu hino em outro país, e tão longe de casa, e uma experiência que todo jogador deve passar.
Brasil foi para o mundial de 1974 com a etiqueta de 1970, mas faltavam grandes como Pelé e Jefferson. Nos faltou tranquilidade.

8-Você sentiu dificuldade ao idioma, vida e cultura na Espanha?
Não.

9-Fale dos títulos que conquistou na Espanha, como foi jogar uma Liga dos Campeões e o porquê de sua saída do Atlético de Madrid em 1980?
Com o Atlético consegui 2 títulos (Copa do Rei  e Campeonato Espanhol). Foi uma alegria ser campeões e também chegar as semifinais. Sai daqui sendo emprestado para o Flamengo em 1980. Eu decidi ir embora.

10-Como foi jogar ao lado do craque Dirceu no Atlético?
Foi bom e também, foi maravilhoso jogar ao lado de Leivinha um dos jogadores mais completos.

11-Qual a diferença do primeiro Palmeiras que jogou para o segundo?
Totalmente diferente.
A primeira fase era mais unida, todos nós conhecíamos a escalação e sabíamos quem estava.
A segunda fase foi mais difícil e tentávamos encontrar uma equipe.

12-Como foi atuar no Palmeiras em uma época difícil que o clube vivia?
Foi mais duro pela torcida, que queria ver nos ganhar.

13-Por que o Palmeiras investia, como Baroninho, Enéas e Mário Sérgio e não conseguia resultados? E fale da equipe de 1984 que estava indo bem até o doping do jogador Mário Sérgio?
Estava atravessando um bom momento esse time, mais sem duvida se sentiu a perda de Mário Sergio por conta do doping e a equipe acabou não sendo mais a mesma no campeonato.

14-Por que saiu do Palmeiras em 1985?
Por grandes decepções, principalmente com o diretor Walter Lopes e o presidente Nelson Duque por sua falta de consideração com o profissional que eu era nessa época.

15-Por que obteve passagens pequenas  por Flamengo e Corinthians?
Porque do Flamengo eu voltei novamente para o Palmeiras e fui emprestado pelo Santo André para o Corinthians durante 6 meses, e passado esses meses voltei ao Santo André.

16-Fale de sua bela passagem pelo Santo André?
Muito boa, tínhamos uma boa equipe. Agradeço ao Santo André por estar no time durante 3 anos depois de sair da Portuguesa.

17-Em que ano encerrou sua carreira e por quê abandonou o futebol só depois dos 40 anos?
A partir de 1990, fui à terceira divisão do São Caetano e subimos a segunda, depois fui ao Central de Cotia, onde conseguimos subir da terceira para a primeira.
No São Bernardo subi à segunda divisão e finalmente acabei onde comecei no São Bento no ano de 1995. Aí comecei carreira de treinador.

18-Algo de inusitado ou alguma história engraçada ocorreu na sua carreira de jogador?
Tem duas passagens. Jogando contra Valencia no Atlético de Madrid me jogaram Laranjas no campo (muito típico de Valencia) e eu descasquei agradeci e comi.
E outra passagem foi quando joguei no Santiago Bernabeu e fomos campeões, me jogaram uma lata de cerveja, eu me apoiei na trave agradeci e fiz que bebi para brincar.

19-Atualmente, como é o seu trabalho no Atlético de Madri?
Trabalho ajudando e tentando passar para os jogadores da segunda divisão o que aprendi, para que eles consigam seus sonhos e subam à primeira divisão como De Gea, Gabi e Koke.


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