Para iniciar o ano de 2015, começamos com a entrevista do preparador físico do Fluminense Rodrigo Poletto. Ele trabalhou na Seleção do Panamá ao lado do treinador Alexandre Guimarães, Vasco da Gama, Dínamo de Moscou, Juventude e outros clubes.
Poletto fala sobre a carreira, o começo no Juventude, as projeções para o Fluminense em 2015, seu trabalho no Dínamo de Moscou e uma história inusitada que ocorreu quando trabalhava no Paysandu em 2009.
Poletto fala sobre a carreira, o começo no Juventude, as projeções para o Fluminense em 2015, seu trabalho no Dínamo de Moscou e uma história inusitada que ocorreu quando trabalhava no Paysandu em 2009.
Nome: Rodrigo Poletto
Nasceu: Caxias do Sul-12/07/1972
Preparador Físico
Carreira:
Juventude (base) (1995-2000), Juventude(profissionais)
(2000-2005), Dínamo de Moscou-Rússia (2005-2006), Juventude(2006/2008/2010),
Seleção do Panamá (2007-2008), Paysandu (2009), Vasco(2011-2012), Bahia(2013),
Fluminense(2014-2015).
Títulos:
Paysandu-Paraense (2009)
Vasco- Copa do Brasil (2011)
1-Poletto você entrou na base do Juventude em 1995 até
chegar aos profissionais em 2000. Explique essa sua ascensão no clube e como
recebeu esta oportunidade?
Comecei como voluntário nas escolas de recreação e logo
passei a colaborar nas escolas de competição, apareceu uma oportunidade para
trabalhar no infantil como preparador físico e aceitei prontamente. Trabalhei
paralelamente dentro do clube com futsal e futebol feminino, passei por todas
as categorias de base e depois tive convite para trabalhar no Juvenil e depois
no Junior. Nesses anos fui trabalhando no Clube e concluindo a Graduação de
Educação Física. Em 1999 estava formado e Cursando uma Especialização em
Treinamento Desportivo, quando tive um convite para fazer o mestrado em Cuba,
onde aceitei e fiquei durante esse ano de 1999, quando retornei comecei como auxiliar
da preparação física do Esporte Clube Juventude no ano de 2000.
2-Você se formou pela Universidade de Caxias e também
possui um mestrado em Cuba. Gostaria que falasse como foi esta pequena
experiência nesse país, como surgiu a oportunidade, e você teve contato com o
futebol Cubano?
Existia um intercambio com professores cubanos e
professores brasileiros da Universidade de Caxias do Sul. Dois professores
foram nesse intercambio para concluírem seus mestrados e fui convidado
juntamente com mais um colega meu para fazer parte desses brasileiros que iriam
Cursar o mestrado em Cuba. Como ja conhecia muito da Escola cubana de sucesso
com esportes olímpicos, decidi fazer parte desse grupo para cursar o Mestrado
na cidade de Matanzas - Cuba.
Em cuba foi um grande aprendizado desde a ciência do
esporte como a cultura do Pais. Esse conhecimento me ajudou muito a expandir
meus horizontes e crescimento profissional e pessoal.
3-No Juventude você vivenciou boas épocas, mas por que
com o passar dos anos a equipe teve uma queda de rendimento tão repentina?
Posso falar de todo tempo que estive no clube, tive a
felicidade de participar de todos os anos de serie A, sai em 2005 para Rússia
(Dínamo de Moscou) e voltei em 2006 para o EC Juventude saindo depois em 2007
quando fui para a Seleção do Panamá, ano em que o Juventude começou sua queda.
Por isso não posso falar de um período que não passei no clube e não tenho como
descrever o que aconteceu. O Juventude passou 13 anos na seria A do brasileiro
e tem uma estrutura física com Estádio e Centro de Treinamento próprio,
estrutura essa que falta para muitas equipes do Campeonato brasileiro.
4-No ano de 2005 juntamente com Ivo Wortmann, Ademir
Sangoi e Álvaro Peixoto, foram para o Dínamo de Moscou. Fale como foi esta
passagem e o por quê ficaram pouco tempo?
Tivemos uma experiência positiva, onde organizamos o
futebol daquele pais, com periodização de treinamento e organização da
estrutura do clube, haviam muitas deficiências nessas questões organizacionais.
Foi uma passagem muito interessante, disputamos o
Campeonato Russo daquele ano. Iniciamos e fomos ate o final do campeonato,
terminamos no meio da tabela de classificação, mas para as expectativas do
clube não era o resultado esperado, então decidimos fazer um acerto amigável ao
final da temporada e não seguimos no clube.
5-Em 2007 você foi trabalhar na seleção Panamenha. Como
recebeu esta oportunidade?
Fui para o Panamá através de indicação do Álvaro Peixoto
com que trabalhei no Juventude e Dínamo de Moscou, o Álvaro já havia trabalhado
na Seleção da Costa Rica juntamente com o Gilson Nunes e Alexandre Guimarães. O
Alexandre Guimarães assumiu a Seleção do
Panamá em 2007 e procurava um preparador físico brasileiro para trabalhar com
ele. Entrou em contato com o Álvaro e fui recomendado, onde decidi aceitar o
desafio e trabalhei no Panamá durante dois anos.
6-Em relação à cidade, cultura e comida, o Panamá é
parecido com o Brasil?
Panamá tem uma cultura mais parecida com o nordeste do nosso
pais, é um povo muito alegre, que gosta muito de futebol, salsa e merengue, a
cidade do Panamá é muito desenvolvida, uma das maiores em infraestrutura da
América Central.
7-Por que não obtiveram resultados com a seleção, e
também não voltou a trabalhar mais com Guimarães?
Tivemos resultado sim! Estivemos por dois anos ajudando o
desenvolvimento do futebol do Panamá, participamos da Copa Ouro chegando as
semifinais e tivemos grandes resultados na Concacaf. Ajudamos muito no desenvolvimento do Futebol
Panamenho, que quase conseguiu a classificação também para a Copa no Brasil,
mas é um pais pequeno, que esta dando passos para chegar a um Mundial. Com
certeza nossa ajuda esta colocando o Panamá nessa direção. Tenho contato com o Alexandre Guimarães até
hoje, e já recebi alguns convites para voltar a trabalhar com ele, hoje estou
trabalhando com o Cristóvão, mas e um treinador que considero muito.
8-Na sua volta ao Juventude você indicou o Panamenho Juan
Pérez. Como foi a passagem dele e o por quê voltou ao Panamá?
O Juan Perez foi muito bem no Brasil, se adaptou
rapidamente, foi titular durante a temporada do Juventude e acompanhei mesmo
distante o desempenho dele. No campeonato Gaúcho do ano seguinte Juan Perez
teve uma lesão de tornozelo muito seria com rompimento de tendão que demorou
muito para recuperar e acampou o contrato no Brasil e voltou para seu Pais.
9-Como foi parar no Vasco da Gama, e foi lá que teve a
oportunidade de conhecer Cristóvão Borges?
Conheci o Cristóvão e o Ricardo Gomes em 2002 no EC Juventude,
onde tivemos a melhor campanha do Juventude na serie A trabalhando juntos.
Desde então estivemos sempre em contato para o reencontro dos 3 em 2011 no
Vasco da Gama através do convite do Ricardo Gomes. Nesse ano fomos campeões da
Copa do Brasil e vice no Brasileiro com o Vasco da Gama.
10- Poletto, atualmente alguns treinadores e jogadores
recebem grande valorização no mercado. Quanto ao preparador físico como é no
Brasil?
Acho que a valorização de todos os profissionais do
Futebol, se da através da capacidade e profissionalismo de cada um. Existe
espaço para todos crescerem e serem valorizados cada qual com sua competência.
11-Com uma grande estrada percorrida no futebol, você tem
alguma história inusitada para nos contar?
Com certeza, estive no Paysandu em 2009 com o Técnico
Edson Gaúcho onde fomos campeões Paraenses naquele ano. Tivemos um jogo do
estadual com uma equipe da Ilha de Marajó, a viagem seria feita em 3 aviões
pequenos para a equipe técnica e jogadores, a rouparia iria de barco, como
aconteciam muitos acidentes aéreos com esses aviões pequenos, pedi para ir com
o pessoal da rouparia no Barco no dia anterior. A viagem de Barco de Belém a
Ilha do Marajó dura 12 horas, saímos às 19 horas da noite e chegamos às 7 horas
da manhã. A minha ida para o jogo foi uma maravilha, tirei varias fotos do Rio
Amazonas, mas na volta ..... quis voltar também no barco.
Pegamos uma tempestade , o Barco encalhou, teve uma
mulher que estava passando mal e acabou falecendo antes do final da viagem....
acabou se tornando uma tragédia no retorno. Chegando a Belém, tinha reportagem
esperando, ambulância....
12-Quais os planos para o Fluminense em 2015, e mesmo com
a saída da Unimed você acredita que possam formar ou bom grupo?
Com a saída da Unimed, o investimento em atletas de
qualidade vai diminuir, com isso teremos maiores dificuldades. Precisamos
através da criatividade, trabalho bem planejado encontrar alternativas para
manter o Fluminense no patamar que esta e continuar disputando e conquistando títulos
em 20015.
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