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sexta-feira, 14 de março de 2014

"De Cara a Cara"

O quadro irá entrevistar hoje o ex-jogador de futebol e atualmente agente de atletas chamado Rubenilson, nasceu no Maranhão e foi mais um atleta a realizar a ponte Maranhão-Bélgica, ou seja foi mais um chamado Maranbelgas.
Rubenilson teve uma rápida passagem pelo Flamengo e logo depois foi atuar na Bélgica, tendo uma grande passagem por esse país e jogando 6 partidas pela Seleção da Bélgica Sub20, fora isso atuou também no Nice da França, Coréia do Sul, Extremadura da Espanha entre outras equipes.
Atualmente trabalhar com o atleta Belga que jogará a Copa do Mundo Nacer Chadli, e também atuou pela seleção de Beach Soccer da Bélgica.

"De Cara a Cara"

 Nome: Rubenilson  Monteiro Ferreira
Nascimento: 07/08/1972- Maranhão-São Luís
1,77 cm- 75 kg

Clubes como Atleta:
Flamengo (1989), Standard Liége (1989-1992), R. W. D. Molenbeek-Bélgica (1992-1994), Royal Antwerp- Bélgica (1994-1996), Nice-França(1996-1997), Ilhwa Chunma-Coréia do Sul (1997-1999), Bursaspor-Turquia (1999-2000), Sharjah-EAU (2000-2001), Beer Scheva- Irã (2001-2002), Extremadura-Espanha (2002-2003), Macabi Petha Tikva-Israel (2003-2004), Universidade Craiova-Romênia (2004).
Honras:
Seleção da Bélgica SUB20-6 jogos
Vice- campeão da Liga dos Campeões da Ásia-1996/1997

“De Cara a Cara
1-Através de quem foi parar no Flamengo?
Através de um empresário que as pessoas não tinham muita fé nele, mais que estava tentando no ramo, sobre tudo que era negrão e não e fácil começa algo assim.

2-Fale de sua passagem pelo clube carioca e o porquê de sua saída?
Foi boa, porque com 3 meses de casa já estava treinado no time de cima. Já tinham  jogadores com 3 ou 4 anos que não tinha muita essa oportunidade, como Djalminha, Paulo Nunes, e muitos outros, eu sai porque eu tive uma projeção para ganhar mais na Europa e como a Bélgica estava bem falada no Maranhão isso mudou meus planos. 

3-Como foi parar na Bélgica, e como é o contrato de um jogador fora do país, você tem direito a estudo ou só treina, ganha casa ou mora no alojamento? 

Eu tinha sido campeão dos jogos escolares Brasileiros, eu era o capitão e fui artilheiro, o meu treinador me telefonou quando eu estava no Flamengo que tinha essa pessoa que pagaria a passagem para eu voltar á  São Luís e que ele iria pagar o Sampaio para a transferência, coisa que o Flamengo não queria pagar. Fora do país, jovem  não é fácil tem que ter muita foça mental e não pensar muito no Brasil e a família, contrato aqui, jovem só dava para guarda um pouco mais não é  essa coisa toda que as pessoas pensam é muito mais sacrifício, nós aqui só treinávamos, tinha uma pessoa que vinha dar aula para nós, só que você não aprende nada o negócio mesmo é lá na prática em campo, na rua, restaurante essas coisas do dia a dia, a gente tinha um apartamento que morava eu e o Dinga onde nós mesmos preparava a comida, aí aprendemos a cozinhar.

4-Foi difícil para você a adaptação ao futebol Europeu? O que mais sentiu dificuldade?
Para falar a verdade eu nunca me adaptei, nunca gostei do futebol europeu, melhorou mais não ao ponto de encher meus olhos, dificuldades aqui é a comida, não ter com quem falar, longe da família ou amigos, o frio  é o mais difícil o pé fica duro, hoje está mais fácil você encontra de tudo, comida Brasileira restaurante, pessoas Brasileiras está mais fácil.


5-Como foi à passagem pelo Standard Liége jogando ao lado de André Cruz e o porquê de sua saída deste clube?
Minha passagem eu penso que foi boa, marquei no aspirante 60 gols em 3 anos, com 16 anos já estava no time de cima, antes na lei da Bélgica só poderia jogar 3 estrangeiros e  eu já tinha 25 jogos com o time de cima em 2 anos então foi boa. Com o André Cruz eu não tinha tanto contato, se falávamos mais eu não ficava muito com ele, era mais outros Brasileiros que ficava, mas era uma pessoa inteligente sabia observa as coisas com facilidade. Eu sai do clube porque não aguentava mais fica no banco e jogar de vez em quando, era a hora.

6-Rubenilson, por que a Bélgica possui muitos jogadores Brasileiros vindo do Maranhão?

Porque muitos que vieram se adaptaram fácil mesmo com as dificuldades, porque não tem porta de saída.


7-Você chegou a sofrer algum tipo de preconceito como jogador, e quais jogadores Brasileiros você possuía mais contato?

Preconceito sempre tem, na época eles jogavam banana em campo ou faziam  gesto de macaco, mais a gente veio para jogar bola então ligávamos para isso. Eu tenho mais contato é com Wamberto, que jogo no Ajax e outros como Edemilson que passo pelo Sampaio Corrêa.


Rubenilson atuando pelo Beach Soccer da Bélgica
8-Como obteve cidadania Belga, que ano atuou pela Seleção e por que jogou apenas no sub21?

Eu casei cedo com 19 anos, aí fiz o pedido para obter cidadania Belga e eles fizeram  a parte administrativa, joguei apenas só sub 20 porque estava no time pequeno, depois tinha ido para um time grande, mais o time foi mal 2 anos seguidos, e como aqui na Bélgica eles não seguiam o jogador que esteve na base de seleção de jovens, então ficou por isso mesmo, mais foi uma boa aprendizagem.


9-Como foram suas ótimas passagens pelo Molenbeek e o Royal Antwerp?

Molenbeek foi muito boa, tinha marcado no primeiro ano 15 gols com apenas 19 anos, ai que eu fui para a seleção sub 21,depois o Standard queria que eu voltasse, eu falei que não queria seguir em frente, foi ai que fui para o Antwerpe  que havia sido campeão da Uefa, ai fui no ano seguinte para lá, a nível pessoal não fui mal, mais o clube foi muito difícil, jogamos 2 anos para não descer para a segunda divisão.

10-Por que ficou pouco tempo no Nice da França?
Lá a vida de sol é muito boa (risos), mais eu só tinha 1 ano de contrato e fiquei com uma tendinite no joelho, tinha que operar e como os Coreanos me davam 2 anos de contrato não pensei 2 vezes e fui.

11-Quem te levou para a Coréia do Sul e como foi a caminhada rumo ao Vice-Campeonato da Liga dos campeões da Ásia?

Quem me levou foi um empresário Belga que já me conhecia, ele não acreditava que quisesse  ir para lá porque na época não tinha Brasileiro e a vida era muito difícil, mas isso eu já estava acostumado, difícil para mim é quando você não tem o que comer, o resto agente faz (risos), para chegar na final ganhamos de uma equipe do Japão o jogo era ida e volta, e os Japoneses tinham muito medo dos Coreanos, talvez porque a Coréia tinha um nome mais na frente do futebol que os Japoneses.



12-Por que saiu do Bursasport após uma passagem boa?

Porque os clubes Turcos não pagavam  o salário, era todo tempo atrasado.

13-O que te fez sair da Turquia para voltar ao Oriente Médio?

Foi isso, salário atrasado.

14-Como foi a passagem pelo Sharja, a vida e o lado financeiro nesta oportunidade?
Foi muito boa, a torcida e os jogadores gostavam muito de mim, claro financeiramente as coisas estavam no lugar, ai fica mais fácil.

15-Qual foi o motivo de ter jogado na Segunda Divisão de Israel?

Não joguei na Segunda Divisão, o time era da primeira, só joguei na segunda divisão no fim de careira na Bélgica.

16-Como foi a passagem pelo Extremadura?

Não foi muito boa, outro time com problemas financeiros, na Espanha muitos clubes sempre foram assim; muita ilusão.

17-Como quantos anos encerrou a carreira de jogador e o porquê dessa decisão?
Já estava com 34 anos na Segunda Divisão, eles queriam que eu continuasse, mas era a hora, tinha outras coisas para fazer, mas havia parado mesmo foi antes, quando estava jogando na Romênia tinha 32 anos, onde  tinha perdido um gol de cabeça incrível que eu nunca perderia lá,  nesse jogo eu falei está na hora.

18-Em todos esses anos de futebol, países diferentes, idiomas e culturas, existe algo que mais te impressionou?

Não, porque eu sempre iria com o sentimento de turismo (risos),  o que me impressionava era a historia do pais, era uma  coisa linda, eu gostava de aprender idiomas,  hoje eu falo Francês, Inglês, Ebreu e Romeno, então isso para mim é impressionante onde a vida me levou  até esses países todos.

19-Conte alguma história engraçada que ocorreu com você no futebol?
Quando eu morava com meu amigo Dinga ele tinha comprado um saco de laranjas, aí chegamos em casa eu falei vamos comer né, ficamos na frente da televisão  ai ele corto uma estava meia vermelhada com preto assim, ai ele cortou outra a mesma coisa e foi cortando e jogando fora, eu falei poxa Dinga você comprou as laranjas podres ,aí depois que fomos saber que essas laranjas são dessa cor e são assim mesmo, é uma espécie que vem da África e é muito boa para o sangue, mas nesse caso só gastamos dinheiro. 

20-Depois que encerrou a carreira de jogador de futebol por que quis continuar na Europa e não voltar ao Brasil?
 Eu penso em voltar, mais quando você esta muito tempo fora não pode vir de vez, estou me preparando para voltar devagar, espero em 2014 voltar, esse é o objetivo.


21-Como é o seu trabalho de agente de futebol e com quantos atletas trabalha?

Eu comecei já faz pouco tempo, 8 anos, então eu trabalho com pouco até porque tem que possuir  tempo para eles. 
São grandes ou vão ser grandes, já tenho 2 na seleção, um na principal e outro no sub 19 da Bélgica, tenho o Nacer Chadli, que vai para a Copa do Mundo aí no Brasil com a Bélgica, e outros que só possuem  16 ou 18 anos que estão com nome já aqui.

22-Rubenilson,como funciona o sistema de aposentadoria para o jogador de futebol na Europa?
Aqui não tem, mas tem um sistema onde se você não tiver trabalho você recebe um seguro desemprego ate eles acharem um para você.  

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