Muita gente gosta do sucesso. Não há problema nisso. O problema é achar que ele vem dissociado do trabalho, da preparação. O título mundial do Corinthians provou que quando há entrega, trabalho e dedicação o céu é o limite.
A conquista dessa semana teve seu início lá atrás, em 2008, quando o clube se reestruturou na segunda divisão. A diretoria, chefiada por Andrés Sanchez, pegou uma terra arrasada, mas com potencial de crescimento enorme. O técnico Mano Menezes conduziu a equipe com tranquilidade na Serie B. Jogadores como Chicão e Alessandro, que foram titulares contra o Chelsea, chegaram para jogar a segundona e permaneceram até agora.
No ano seguinte, a contratação de Ronaldo deu o empurrão que faltava para o marketing corintiano faturar o que a marca do clube realmente valia. Vieram os títulos Paulista e da Copa do Brasil, além da venda do maior patrocínio do país. Em 2010, o Corinthians sucumbiu na Libertadores diante do Flamengo e perdeu Mano Menezes para a seleção brasileira. Adílson Batista não deu certo e aí chegou Tite. Não deu tempo de ser campeão brasileiro, mas houve tempo para ser eliminado da Pré-Libertadores em 2011 para o Tolima. Pela primeira vez na história, um time brasileiro foi eliminado ainda na fase mata-mata antes da fase de grupos.
Tite não foi demitido porque não havia outras opções no mercado. A temporada já havia começado e os bons técnicos estavam empregados. Mas como a sorte ajuda os competentes a trilharem o seu caminho, aquele foi o momento da arrancada final para as conquistas internacionais. Primeiro, o título brasileiro. Até o problemático Adriano Imperador ajudou com um gol em uma decisiva partida contra o Atlético-MG. Depois a Libertadores e agora o Mundial.
Futebol é como a vida: trabalhando de maneira correta e honesta a vitória vem! O atual time corintiano não tem uma grande estrela. Tem bons jogadores como Emerson, Danilo, Paulinho e o iluminado Paolo Guerrero. O maior destaque, porém, é o conjunto, o equilíbrio. Um time que marca a saída de bola do adversário de maneira compacta, que ataca em bloco, que tem uma defesa que está sempre bem postada, só pode ser muito bem treinada e ter os jogadores comprando a ideia do técnico.
O futuro do Corinthians é ainda mais promissor. Com óticas receitas de patrocínios e de cotas de TV, além de ter um torcedor apaixonado que consome produtos oficiais, o dinheiro vai entrar nas contas do clube. E se continuar sendo bem administrado como está mais conquistas como a do Japão acontecerão. Para a alegria do Fiel corintiano!
COLUNA MARCEL CAPRETZ
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