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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"De Cara a Cara"

O "De Cara a Cara" deste mês traz uma entrevista especial com o treinador Marcos Falopa, que trabalhou em grandes clubes e seleções.

Falopa quando jovem atuou na várzea e no futsal do Palmeiras. Se formou em Educação Física e começou  a carreira realizando um estágio com o treinador Otto Glória na Portuguesa, Otto é até hoje o único treinador Brasileiro a chegar em uma final de Liga dos Campeões. Após o tempo de estágio Falopa seguiu para o Comercial, Mackenzie e Marília, onde após essas três passagens recebeu a oportunidade de trabalho no Catar em 1979 no Al-Khor, onde segundo ele foi o segundo treinador Brasileiro a trabalhar neste país.
Depois de ficar até 1986 no Oriente Médio, Falopa voltou ao Brasil onde trabalhou na Seleção de Masters até 1988, e em 1988 foi trabalhar em Camarões,se tornando o primeiro Brasileiro a trabalhar naquele país.
No Brasil trabalhou também no Palmeiras em 1990, no União Mogi em 1993/1994, onde trabalhou com o pai do Neymar, e foi supervisor do Santos em 1995.
Ministrou cursos na Inglaterra, Escócia e Turquia, e participou de programas técnicos na Alemanha e Holanda. Foi diretor técnico da Concaf no período de 1995 à 2002, onde ajudou a desenvolver o futebol e abrir mercado para treinadores Brasileiros em países como São Vicente e Granadinas, Bahamas, Granada, entre outros.
Abriu mercado para treinadores Brasileiros na África do Sul, onde indicou Carlos Alberto Parreira para o cargo e Mianmar, ex-república da Birmânia.
Em conversa com o Blog do Futebol, Falopa fala sobre seu estágio com Otto Glória, conta que entrou em contato com a CBF para ver se poderia ajudar em algo, mas não obteve resposta e como foto fato curioso cita que os Alemães entre 1961 e 1963 vieram ao Rio de Janeiro para realizarem filmagens sobre nosso futebol, incluindo os treinos do Fluminense, e anos mais tarde, em 1974 a Alemanha se tornaria novamente Campeã Mundial.

Conheça Marcos Falopa:
Nome: Marcos Antônio Falopa
Nascimento: 2 de abril de 1949-65 anos

Clubes que Comandou:
Comercial (1974-1975),Universidade Mackenzie(1975-1976), Marília (1977-1978),Al-Khor SC-Catar(1979-1982), Al-Webda-Emirados(1982-1983), Manama Club-Bahrein(1983-1985), Al-Shabab-Arábia Saudita(1985-1986), Seleção de Masters do Brasil(1986-1988),  TK Club-Camarões(1988-1990), Palmeiras(1990), Nagoya Grampus Eight-Japão(1990-1993), União Mogi(1993-1994), Santos(1994-1995), Santos-Supervisor(1994-1995), Concaf(Diretor Técnico)(1995-2002), Seleção da África do Sul-diretor técnico(2002-2004), Seleção de Omã(2005-2006), Seleção de Mianmar(2007-2009), East Bengal-Índia(2013), Seleção de Barbados-diretor técnico(desde 2014).
Marcos Falopa quando trabalhava em Mianmar.

"De Cara a Cara"

1-Marcos, qual é a diferença do trabalho de base realizado antigamente que formava muitos craques para o atual?

Foram tempos que claro se jogavam com mais liberdade,tinham os campinhos, várzea, etc; mas é indiscutível o crescimento das grandes cidades e a globalização, dificultam a liberdade de jogar, e muitos são amadurecidos cedo para poderem sair do país. Nesse contexto, tempos passados, o Brasil tinha mais craques, e também na área de formação o Brasil tem que se aprimorar, tem gente com grande capacidade e experiência que deve ter oportunidade.

2-Você acha que as pessoas com formação estão perdendo espaço no futebol?

Algumas vezes notamos que algumas escolas ,equipes de base,e até profissional,  deveriam dar aquele espaço a quem se atualiza, e claro conhece bem do riscado, o espaço está ai e só ver;  ai vem os gringos metem  7x1 "puxa, eles passaram nós" ,são os melhores realmente ,mas e você vê suas estruturas, escolas de futebol, base, é de preocupar.
No Brasil, se confunde  "renovar"  com substituir o  pessoal  por "novos" em idade e não por experientes com ideias novas.
3-Fale de seu começo no futebol jogando na várzea, até parar no Comercial e chegando até a realizar estágio com o treinador Otto Glória?

Bem tenho orgulho de ter saído da várzea, ai andar esse mundo treinando , e desenvolvendo o futebol, onde nasci na Lapa era sede de um clube de várzea o Guaicurus FC, ai fui a Pompeia João Ramalho e CanCan, V.Madalena no 7 de Setembro, Leão do Morro,  etc, ora foi um inicio que motivava a jogar o futebol,alegre. Depois fui ao Botafogo do Rio e SAAD EC (atual São Caetano).

E quanto ao Otto Gloria, junto com Brandão, Dino Sani me abriram as portas, pois viram que eu era treinador.
Quando estava no Dente de Leite do Comercial FC, formei muitos jogadores e alguns chegaram à Seleção Brasileira ,caso de Nelsinho,que depois foi para o São Paulo FC.
Quando fiz estagio na Portuguesa de Despertos com o Otto Gloria no inicio  de minha carreira, ele me chamou,e falou você será treinador e vai viajar muito menino!!! Ele tinha uma visão formidável, e foi o que aconteceu, logo em seguida fui convocado pela pela CBF (CBD) / ABTF / Coca Cola para dar Treinamentos nos EUA.
Em seguida fui ao MAC, Marília equipe profissional, para trabalhar junto com o Vail Motta....e dai segui treinando no Brasil e no Mundo.

4-A Alemanha e a Holanda vem chegando longe cada vez mais nas Copas.Você ministrou e realizou cursos nesses países, gostaria de saber qual a diferença no modo como eles estudam e veem o futebol?
Sim chegam cada vez mais longe...abrir olho.
Não dei cursos na Alemanha e Holanda, apesar de ter dado cursos em vários países da Europa, como Inglaterra, Escócia, Finlândia, Turquia e Itália. Participei de programas técnicos na Holanda  e Alemanha, são competentes e desenvolvem o futebol com métodos modernos que trazem os resultados que nos vimos na Copa do Mundo. 

5-Como funciona o trabalho que realiza junto a FIFA nas Copas do Mundo?
Sempre que tenho oportunidade acompanho a Copa do Mundo e analiso a evolução do futebol e suas tendências em todos os aspectos do jogo. 

6-Por que ficou pouco tempo no East Bengal?

Fiquei o tempo para o qual fui contratado e atingi uma grande meta com eles: levei-os para a semifinal da Copa da Ásia de Clubes. Foi a primeira vez na história do futebol Indiano que um clube de lá chegou às finais da Copa Asiática. Fomos cumprimentados pela Confederação Asiática de Futebol, pela FIFA e pela Federação Indiana. Qualifiquei-os também para participar da Copa da Ásia de 2015.
Foi uma experiencia formidável.



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