Um
dos maiores clubes do futebol asiático, o Al-Hilal tem como principal
característica, a boa administração. Desde 1961, o clube é presidido por
príncipes locais, e foi eleito pela Federação Internacional de História e
Estatística do Futebol (IFFHS), como o clube do século XX na Ásia.
Sede oficial do clube. Crédito: Al-Hilal |
Criado em 1957, seu nome no
inicio era Al-Olempy, porém, um ano e dois meses após a sua criação, durante um
jogo amistoso, onde o rei da Arábia Saudita estava presente no estádio, ele
exigiu a troca do nome da equipe, porque não era de origem árabe, surgindo
assim o Al-Hilal, que significa a lua quarto crescente, colocada no topo das
mesquitas.
O primeiro título com o novo
nome veio em 1961, com a conquista da Copa do Rei. Nesse mesmo ano, o clube
passou por reformulações políticas, sendo desde 1961, presidido por príncipes,
pertencente ou não a família real saudita.
Segundo o fanático torcedor
e ex-tradutor do Al-Hilal, Salloumi, “ Um atleta chega a receber 80 mil dólares
mensais no clube, mas varia muito de acordo com o status do jogador”. Salloumi
possui grande simpatia por brasileiros, e cresceu dentro do clube, já que seu
irmão, Saleh Alsalloumi, atuou no Al-Hilal de 1983 até 2000.
O ex-jogador Domingos Elias,
conhecido como Dê, atuou ao lado de Rivellino durante sua passagem pelo
Al-Hilal. “Cheguei ao final de 1980 no clube, que primeiro teve Paulo Amaral
como treinador e depois Zagallo. Durante os treinamentos, dividíamos o campo
único da cidade na época, com Al-Nasser e Al-Shabab, cada um com uma hora e
meia de treino, além da grande presença dos torcedores, 20 mil pessoas
assistiam nossos treinos. Saí em janeiro de 1982, o mercado foi fechado para
jogadores estrangeiros, porque o rei acreditava que nós estrangeiros influenciávamos nos costumes locais”.
Chamado de Al-Zaeem, o
líder, em árabe, possui a maior torcida da Arábia Saudita e mundo árabe, sendo
30% da população da Arábia, segundo Salloumi. Além da grande torcida, o clube
possui 56 títulos, sendo 13 campeonatos árabes, 2 Ligas dos Campeões da Ásia,
Recopa e Supercopa Asiática, e o título de clube do século na Ásia.
Brasileiros
no Clube
Rivellino é considerado o maior jogador brasileiro com a camisa do clube. Crédito: Salloumi |
São muitos os brasileiros
que passaram pelo clube, o primeiro treinador foi Paulo Amaral, no final da
década de 1970, logo depois veio Zagallo, que trouxe o primeiro jogador
brasileiro a atuar no Al-Hilal, Rivellino, saindo no final de 1981, mas até
hoje é um dos brasileiros mais lembrados no clube.
Um dos que mais conhecem o
clube é o fisioterapeuta Pernambuco Albuquerque, com mais de 20 anos no clube,
chegando em 1982, uma época que não existia profissionalismo, os atletas
trabalhavam em repartições do governo. Pernambuco acumula inúmeros títulos com
o clube, e desde que se aposentou do futebol, montou sua clínica na cidade de Ríade.
Na década de 1980, muitos
brasileiros trabalharam no clube, como o treinador carioca Othon Valentim,
realizando grande trabalho na base entre os anos de 1982 a 1986. Tivemos também
Candinho, Rubens Minelli, preparador físico João Paulo Medina, e mais
atualmente, Thiago Neves brilhou durante sua passagem pelo clube, e o treinador
Marcos Paquetá, durante os anos de 2004 a 2006.
Estrutura
do Clube e a Fanática Torcida
Sala oficial da diretoria. Crédito: Divulgação site Al-Hilal |
O Al-Hilal é uma potência no
Oriente Médio, muito rico, e com uma estrutura de trabalho no nível dos grandes
clubes europeus. Seu primeiro estádio,
atualmente é a academia de treino dos atletas, com campo, quartos, piscinas, salão
de jogos e salas administrativas do clube.
A torcida é outro grande
fator, durante os jogos no estádio Rei Fahd, com capacidade para 67 mil
torcedores, os fanáticos do Al-Hilal montaram a dois anos atrás, mosaicos para
incentivar os jogadores, inspirados na ideia da torcida do Borussia Dortmund,
segundo revela o zagueiro brasileiro Digão.
“Durante
os treinamentos, 5 mil torcedores compareciam, e teve um dia, que tive de sair
com escolta policial de um shopping”, revela o ex-treinador do
clube entre 2004 e 2006, Marcos Paquetá.
Quando os jogos do Al-Hilal
ocorrem fora do país, principalmente quando jogam competições como a Liga dos
Campeões da Ásia, a família real, empresta o avião particular para as viagens
do clube.
O zagueiro Digão, diz que já
ganhou um Rolex de presente pelas boas atuações, já foi seguido por um soldado
que o parou apenas para pedir um autógrafo e revela sobre a estrutura e a
família real dentro do clube:
A torcida do Al-Hilal sempre realiza mosaicos durante jogos da Liga dos Campeões da Ásia. Crédito: Divulgação oficial Al-Hilal |
“A
estrutura do Al Hilal é algo que impressiona e até inveja muitos clubes
brasileiros. Acho que o diferencial é o poder aquisitivo do clube, além do
pensamento de fazer com que a equipe cresça cada vez mais. A
família real está sempre presente, seja em treinos, jogos ou reuniões. Apoiam e
dão presentes quando o time está bem. Mas também criticam quando estamos mal.
Coisa normal no futebol”
revela o zagueiro.
Em conversa com o ex-preparador
físico do clube, Reinaldo, que trabalhou durante a década de 1980, afirmou
durante conversa com um príncipe que foi presidente do clube, que a maioria da
família real, mesmo sem pessoas próximas saber, torcida para o Al-Hilal Saudi
Sports Club.
Não é só o Al-Hilal que
possui príncipes no comando da administração do clube, mas no mundo árabe
existem outras equipes, como na própria Arábia Saudita, com Al-Nasr, Al-Alhi e
Al-Shabab.
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